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“Como a Homofobia se Tornou uma Ferramenta Política e Cultural: Uma Análise das Raízes e Consequências”

"Como a Homofobia se Tornou uma Ferramenta Política e Cultural: Uma Análise das Raízes e Consequências"

"Como a Homofobia se Tornou uma Ferramenta Política e Cultural: Uma Análise das Raízes e Consequências"

Memórias da Homofobia na Cultura de Massas: Uma Reflexão Necessária

Recentemente, no Fórum de Davos, o atual presidente da Argentina, Javier Milei, fez uma comparação polêmica entre a chamada “ideologia de gênero” e a pedofilia. Essa declaração gerou uma onda de reações em todo o país, refletindo o descontentamento da população e resultando em uma queda na sua imagem nas mídias sociais. Mas como a homofobia é utilizada politicamente e como podemos desativar essa matriz de pensamento em nossa cultura?

Historicamente, a homofobia tem sido uma ferramenta discursiva utilizada por setores políticos, especialmente em governos de extrema direita, para alimentar sentimentos de ódio e revanchismo contra as minorias culturais. Mesmo em 2025, continuamos a debater a relação entre as preferências sexuais e questões fundamentais como valores, moralidade e a estrutura das instituições sociais.

A pesquisa sobre a homofobia em nossa cultura revela o quanto essa mentalidade ainda está enraizada. Minha experiência pessoal, como um menino de uma família operária em La Plata, Argentina, nos anos 1990, é um reflexo dessa construção social. Cresci em um ambiente onde a masculinidade era imposta, cercado por figuras familiares que representavam tradições rígidas de moralidade e comportamento.

A cultura popular daquela época, marcada por programas de televisão e filmes, oferecia uma visão distorcida da masculinidade e da homossexualidade. Personagens de ação, geralmente masculinos, eram exaltados, enquanto a homossexualidade era ridicularizada ou tratada como uma patologia. A cena de um filme argentino onde um personagem masculino é agredido após ter sua homossexualidade insinuada é apenas um entre muitos exemplos de como essa violência era normalizada. Esse tipo de humor reforçava a discriminação e a exclusão, criando um ambiente hostil para os que se afastavam da norma heteronormativa.

No entanto, ao lado dessa hegemonia cultural, também surgiram vozes de resistência. Músicos como Freddie Mercury, da banda Queen, tornaram-se ícones que desafiavam a homofobia e a discriminação. Sua morte em 1991, causada por complicações do HIV/AIDS, foi um lembrete doloroso da luta da comunidade LGBTQ+ e da necessidade de aceitação e compreensão. Infelizmente, muitos ainda viam sua condição como um castigo, revelando a profunda homofobia que permeava a sociedade.

A questão central que se impõe é como a homofobia se torna um instrumento político, servindo para identificar inimigos e construir uma identidade coletiva baseada na exclusão. Os discursos de ódio que ressoam com nostalgia por tempos em que a “família tradicional” predominava são um chamado à ação para aqueles que riam das piadas homofóbicas e se identificam com uma visão de mundo que marginaliza os outros.

Portanto, a batalha contra a homofobia não se limita ao campo político; ela deve ser travada na esfera cultural. Devemos explorar nosso passado, questionar nosso presente e, mais urgentemente, reconstruir uma narrativa que desafie a violência do discurso homofóbico. Essa tarefa é vital para que possamos avançar em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa, onde todas as identidades e orientações sexuais sejam respeitadas e valorizadas.

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