Rafa Brunelli, uma influenciadora e criadora de conteúdo que vive com neurofibromatose, trouxe à tona uma discussão essencial sobre a sexualidade das pessoas com deficiência (PCDs) e sua inclusão na comunidade LGBTQIA+. Em uma recente participação no videocast ‘Acessíveis’, ela destacou a dificuldade que a sociedade enfrenta para reconhecer as PCDs como indivíduos que também têm desejos e orientações sexuais. Segundo Rafa, muitas vezes as pessoas não conseguem imaginar que uma pessoa com deficiência possa ter uma vida amorosa e sexual ativa. Ela mencionou a pansexualidade, uma orientação que não se limita a um gênero específico, e afirmou: “Para a pansexualidade, não importa o gênero.”
A influenciadora enfatizou que a percepção social de que pessoas com deficiência não têm sexualidade é um grande obstáculo. Ela observa que essa visão é ainda mais complicada quando se pensa no espaço das PCDs dentro da comunidade LGBTQIA+, que já enfrenta suas próprias lutas por reconhecimento e aceitação. “É bem mais difícil a gente trabalhar a comunidade PCD dentro da LGBT, que já é uma comunidade mais estruturada”, disse Rafa, referindo-se à predominância de corpos padrão, especialmente entre homens cisgêneros.
Rafa também compartilhou suas experiências pessoais, revelando como sua adolescência foi marcada por inseguranças. Ela evitava situações como ir à praia ou participar de apresentações teatrais devido ao medo de ser julgada por seu corpo. Com o tempo, ao aceitar sua condição de PCD, ela começou a explorar sua sexualidade e a entender melhor o que procurava em relacionamentos afetivos.
Além disso, Rafa fez uma crítica ao capacitismo presente na linguagem cotidiana, apontando como expressões que podem parecer inofensivas, como “não tô achando alguma coisa, tô cego?”, perpetuam estigmas sobre as PCDs. Ela alertou que cada deficiência é única, e não se pode generalizar a experiência de todas as pessoas com deficiência. “São corpos diferentes, mesmo que estejam dentro desse guarda-chuva da pessoa com deficiência”, afirmou.
Este diálogo é fundamental para ampliar a visibilidade e a aceitação das PCDs dentro da comunidade LGBTQIA+ e na sociedade como um todo. Ao abordar temas como a sexualidade e o capacitismo, Rafa Brunelli não apenas desafia os estereótipos, mas também abre espaço para uma maior inclusão e respeito pela diversidade de experiências entre as pessoas com deficiência.
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