Desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, a homofobia se tornou uma constante nas fileiras do exército russo. Soldados têm sido frequentemente expostos a palestras que abordam a chamada “inaceitabilidade do movimento LGBT”. Segundo relatos de desertores, essas instruções ocorrem várias vezes por semana, durante sessões de preparação político-militar, onde os militares são informados sobre a “agenda política” que inclui a “questão LGBT”. Essa propaganda não apenas visa deslegitimar a comunidade LGBT, mas também reforça um clima de hostilidade em relação a qualquer forma de diversidade sexual, refletindo uma ideologia que se alinha com a postura conservadora promovida pelo governo russo. No contexto da guerra, essa retórica é utilizada como um instrumento de coesão entre as tropas, unindo-os sob uma bandeira de valores tradicionais que excluem e desumanizam aqueles que não se encaixam nos padrões heteronormativos. A disseminação dessa ideologia é preocupante, pois não apenas marginaliza a comunidade LGBT, mas também perpetua um ciclo de violência e discriminação que se estende além do campo de batalha, afetando a sociedade como um todo. A resistência a essa narrativa é crucial, e a solidariedade com os grupos minoritários deve ser fortalecida, especialmente em tempos de conflito, onde as vozes da diversidade são frequentemente silenciadas.
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