A presença e a contribuição dos artistas negros na música country têm sido historicamente negligenciadas, e essa realidade se torna ainda mais evidente com a recente trajetória de Beyoncé no gênero. A artista, que se apresentou com as Dixie Chicks no Country Music Awards de 2016, enfrentou críticas que questionavam sua presença na cerimônia. Em 2024, ela lançou o álbum ‘Cowboy Carter’, que rapidamente se tornou um sucesso, vendendo 407 mil cópias na primeira semana. Contudo, surpreendentemente, não recebeu nenhuma indicação ao CMA, o que levanta questões sobre a aceitação de artistas negros na indústria country, mesmo quando sua música é amplamente celebrada.
A história da música country remonta à década de 1920, nascida em Bristol, Tennessee, e, embora tenha evoluído, suas raízes afro-americanas são frequentemente esquecidas. O estilo característico conhecido como ‘Carter scratch’, que se tornou a assinatura do som do country clássico, foi criado por Lesley Riddle, um artista negro que trabalhou com a família Carter. Isso demonstra como a música country é indissociável da cultura negra, que muitas vezes é relegada a um papel secundário na narrativa do gênero.
A popularidade de Beyoncé no country não é um fenômeno isolado. Muitos artistas afro-americanos enfrentam barreiras semelhantes ao tentar se estabelecer na indústria, refletindo uma dinâmica racial persistente. A música country, ainda predominantemente branca, não representa a diversidade que deveria, o que pode ser desestimulante para novos talentos que desejam entrar nesse espaço.
Por outro lado, a nova fase de Beyoncé, com seu álbum ‘Cowboy Carter’, tem permitido que muitos se sintam mais livres para expressar seu amor pela música country. A artista não apenas celebra suas influências, mas também abre caminho para uma nova geração de músicos que desejam reivindicar seu espaço no gênero. É vital que a comunidade country reconheça e acolha a contribuição dos artistas negros, não apenas como uma inovação passageira, mas como uma parte essencial de sua história e evolução.
A esperança é que, no futuro, a música country possa ser um espaço inclusivo, onde todos, independentemente de sua cor ou origem, possam não apenas ouvir, mas também criar e se sentir parte dessa rica tradição musical. A luta pela visibilidade e aceitação deve continuar, para que a história da música country inclua plenamente as vozes e histórias dos artistas negros que a ajudaram a moldar.
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