A administração Trump tomou medidas drásticas para remover referências à saúde LGBT e informações sobre vacinas de sites federais dos Estados Unidos, incluindo importantes agências de saúde pública. Essa ação foi impulsionada por um memorando emitido na quarta-feira, que ordenava o fim de todos os “programas que utilizam dinheiro do contribuinte para promover ideologias de gênero” e a desativação de informações relacionadas em seus sites. O ex-presidente Trump já havia assinado ordens executivas que baniram a diversidade, equidade e inclusão (DEI) no governo, além de uma que reconheceu apenas dois sexos, masculino e feminino.
Na sexta-feira, em resposta a perguntas de jornalistas sobre a possibilidade de fechamento de sites para remoção de conteúdo relacionado à diversidade, Trump comentou: “Se eles quiserem limpar os sites, tudo bem para mim”. Os programas DEI visam promover a participação de pessoas de diversos contextos em ambientes de trabalho, abordando discriminações históricas e a sub-representação de certos grupos, como minorias raciais, embora críticos argumentem que tais iniciativas podem ser discriminatórias.
No sábado, as principais agências de saúde pública começaram a eliminar páginas que discutiam gênero, doenças sexualmente transmissíveis e saúde LGBT. Várias páginas do site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) agora mostram mensagens de erro, e uma bandeira amarela informa que o site está sendo modificado para cumprir as ordens executivas do presidente Trump. Informações anteriormente disponíveis sobre saúde juvenil, questões de gênero e saúde LGBT agora estão indisponíveis.
Além disso, o Centro Nacional de Pesquisa de Comportamento de Risco Juvenil (YRBS), que estudava tópicos como nutrição, saúde mental e atividades sexuais entre estudantes do ensino médio, teve seu acesso removido. O CDC é uma fonte crucial para dados e pesquisas oficiais de saúde do governo.
O site do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) também removeu páginas relacionadas à diversidade e inclusão, e um comunicado do porta-voz Andrew Nixon confirmou que todas as mudanças estão em conformidade com as ordens executivas de Trump. A descontinuação de um subsídio do Instituto Nacional de Saúde, que ajudava instituições de pesquisa a contratar funcionários de diversos backgrounds, gerou preocupações sobre o futuro da força de trabalho científica nos Estados Unidos, com um funcionário do HHS expressando que a eliminação desse tipo de programa poderá ter um impacto significativo a longo prazo na ciência.
Essas mudanças não apenas afetam os pesquisadores e a coleta de dados, mas também têm repercussões diretas para a saúde pública, especialmente para a comunidade LGBT, que já enfrenta desafios significativos em termos de acesso a informações e cuidados de saúde adequados. O impacto dessas decisões ainda está sendo avaliado, mas a comunidade se preocupa com as consequências a longo prazo, tanto para a saúde pública quanto para a representação e direitos dos indivíduos LGBT nos Estados Unidos.
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