As ordens executivas de Donald Trump, assinadas no dia 20 de janeiro de 2025, sobre gênero e diversidade têm gerado reações polarizadas em toda a África. Enquanto conservadores celebram as medidas, ativistas dos direitos LGBTQ+ expressam profunda preocupação. Trump, ao assumir a presidência dos Estados Unidos, revogou políticas de seu antecessor, Joe Biden, incluindo algumas proteções para pessoas trans e redefinindo os sexos estritamente como masculino e feminino.
Reações a essas decisões variam significativamente. O bispo John Praise Daniel, vice-presidente da Pentecostal Fellowship of Nigeria, elogiou as ações de Trump, afirmando: “Estou muito animado. Acredito que Donald Trump fez o que era certo, pois como alguns jovens podem acordar e dizer, ‘não me sinto como uma garota, quero ser um garoto’, e suas identidades são alteradas? Não precisamos dessa confusão. Isso traz de volta a retidão e a ordem à sociedade.”
Por outro lado, ativistas LGBTQ+ na África consideram a decisão um retrocesso após anos de luta por direitos. Frank Ejiogu, fundador do grupo de advocacy nigeriano Creme de la Creme, advertiu sobre as consequências graves que isso pode gerar. Ele afirmou: “Sabemos que isso terá efeitos em cadeia que podem catalisar a violência contra membros da comunidade LGBTQ+ no Sul Global, resultando em discriminação, agressão e uma série de políticas restritivas que os governos começarão a implementar.”
Ejiogu ressaltou que os ativistas já estão se organizando para resistir a essas medidas, prometendo lutar pelos direitos da comunidade, independentemente do período em que Trump estiver no poder. “A única coisa que prometemos a nós mesmos, em todo o mundo e no Sul Global, é garantir que lutaremos contra as políticas que atacam as comunidades LGBTQ+ em todo o mundo.”
Atualmente, os membros da comunidade LGBTQ+ enfrentam severas penalidades em muitos países africanos. Na Nigéria, por exemplo, relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo podem resultar em até 14 anos de prisão. Em Uganda, o tribunal constitucional manteve uma sentença de prisão perpétua para offenders de homossexualidade no ano passado, enquanto o governo da Mali criminalizou a homossexualidade com pena de prisão em dezembro. Essas realidades ressaltam a urgência e a importância da luta contínua pelos direitos humanos e pela dignidade da comunidade LGBTQ+ na África.
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