Um novo estudo da Universidade de Guelph revela que conexões sociais fortes podem reduzir o risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre homens queer. A pesquisa, publicada na revista Health Psychology, acompanhou mais de 1.000 homens gays, bissexuais e de outras minorias sexuais em Toronto, Montreal e Vancouver ao longo de um ano e meio. Os pesquisadores avaliaram o grau de conexão social e a homonegatividade internalizada, além de coletar amostras para diagnósticos de ISTs.
Os resultados mostraram que homens com níveis elevados de homonegatividade internalizada apresentaram uma probabilidade 68% maior de testar positivo para ISTs bacterianas, como gonorreia e clamídia, especialmente quando careciam de apoio social. Dr. Shayna Skakoon-Sparling, líder do projeto e professora de psicologia na Universidade de Guelph, enfatiza que o apoio social atua como um fator protetor. “Quando os homens têm laços comunitários fortes e pessoas em quem podem confiar, pensamentos angustiantes são atenuados, levando-os a adotar comportamentos mais protetores e a um menor risco de contrair ISTs”, explica.
O estudo destaca que homens queer com um bom sistema de apoio social tendem a ser mais abertos sobre sua sexualidade, o que os ajuda a lidar com estressores como a discriminação. A pesquisa é inovadora ao demonstrar a relação entre apoio social e saúde ao longo do tempo, permitindo conclusões mais robustas sobre o impacto desses laços na saúde dos participantes.
Skakoon-Sparling esclarece que o apoio social pode vir de diversas fontes, sejam amigos, familiares ou parceiros românticos, desde que exista. Ela introduziu o termo “pensamentos ou comportamentos sexuais intrusivos” para diferenciar entre percepções negativas sobre si mesmo e simplesmente ter um alto desejo sexual. “Aqui, a questão não é ter muitas relações sexuais, mas sim sentir-se angustiado por como se pensa sobre sexo e como se comporta”, afirma.
O estudo sugere que fortalecer redes sociais e investir em programas comunitários pode melhorar a saúde sexual e o bem-estar geral dos homens. “Construir redes e encontrar lugares de pertencimento pode fazer mais do que apenas melhorar a saúde mental”, conclui. Skakoon-Sparling aconselha aqueles que se sentem sozinhos a buscar formas de apoiar outras pessoas, pois isso pode resultar em um aumento de suas próprias redes de apoio.
As futuras investigações do laboratório de Skakoon-Sparling se concentrarão em tipos de conexões sociais que podem reduzir a solidão e impactar comportamentos de saúde, questionando se relacionamentos online podem oferecer proteção semelhante a conexões presenciais. Seu objetivo é preencher a lacuna na pesquisa sobre a saúde sexual de homens gays, além de abordar suas relações sociais e românticas.
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