O filme “Eat the Night”, dirigido por Caroline Poggi e Jonathan Vinel, oferece uma nova perspectiva sobre a interseção entre a vida real e os mundos virtuais dos jogos online. A trama gira em torno de Apolline, uma jovem que se refugia no MMORPG “Darknoon”, um ambiente que se assemelha ao famoso “World of Warcraft”. Enquanto a narrativa explora a luta de pequenos traficantes de drogas no mundo real, o verdadeiro coração da história reside na conexão emocional e nas aventuras de Apolline dentro do jogo.
Apolline, interpretada por Lila Gueneau, passa seus dias imersa em quests e desafios, enquanto seu irmão mais velho, Pablo, vive uma vida de crimes e busca por aceitação. A história se complica quando Pablo inicia um relacionamento com Night, um jovem que se junta a ele em seus empreendimentos ilícitos, criando um triângulo amoroso que reflete a busca por amor e pertencimento entre os personagens.
A estética do filme é marcada por elementos do jogo, com longas sequências que capturam a essência das experiências de Apolline em “Darknoon”. A direção de Poggi e Vinel utiliza a linguagem dos videogames para explorar emoções profundas e questões de identidade, especialmente dentro da comunidade LGBT. O uso de avatares com rostos realistas, que se assemelham aos atores, cria uma conexão única entre os mundos virtual e real, permitindo que sentimentos que muitas vezes permanecem ocultos possam ser expressos de maneiras inesperadas.
Embora a narrativa principal possa parecer um tanto superficial em alguns momentos, a tensão crescente em “Darknoon” e a iminente desativação do jogo trazem um senso de urgência que ressoa com o público. A música de Ssaliva complementa a atmosfera do filme, guiando os espectadores através das emoções turbulentas dos personagens. “Eat the Night” é, em última análise, uma história sobre a busca por significado em um mundo que frequentemente parece desolador, especialmente para os jovens que se sentem à margem da sociedade. Com sua abordagem sensível e inovadora, o filme promete ressoar profundamente, especialmente entre aqueles que se identificam com as lutas da comunidade queer e os desafios da juventude moderna.
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