Onir, um dos cineastas mais proeminentes do cinema queer, continua a desafiar normas ao contar histórias que refletem a vida e os desafios da comunidade LGBTQ+. Em uma entrevista exclusiva, ele discute seu mais recente projeto, “Nandini”, parte da antologia “My Melbourne”, que explora a complexa relação entre um escritor queer e seu pai após a morte de sua mãe. Ao longo de sua carreira, que começou com o aclamado filme “My Brother… Nikhil” em 2005, Onir tem se dedicado a dar voz a histórias que muitas vezes permanecem nas sombras. Ele argumenta que, em um país como a Índia, onde a produção cinematográfica é vasta, a representação de narrativas queer ainda é escassa.
O filme “Nandini” é particularmente tocante, pois aborda temas de aceitação e perda. Onir revela que a história, embora baseada nas experiências pessoais do escritor Gregory Francis, ressoa com muitos dentro da comunidade, refletindo como as relações familiares podem ser afetadas pela sexualidade. Ele compartilha que, apesar de sua própria aceitação familiar, muitos ainda enfrentam resistência e discriminação. Para ele, a falta de aceitação não é apenas uma perda para o indivíduo, mas também para aqueles que rejeitam a verdade sobre seus entes queridos.
Quando questionado sobre a hesitação de muitos na comunidade LGBTQ+ em se assumirem, Onir observa que as preocupações sobre segurança financeira e amor familiar muitas vezes mantêm as pessoas na clandestinidade. Ele encoraja os jovens a se tornarem financeiramente independentes antes de se abrirem, enfatizando que a autenticidade e a aceitação são essenciais para uma vida plena. A ausência da mãe no filme simboliza uma lacuna emocional que, paradoxalmente, pode unir pai e filho em sua busca por compreensão e conexão.
Onir, que já dirigiu filmes fora do espectro queer, se recusa a ser rotulado. Ele critica a ideia de que cineastas queer devem sempre se concentrar apenas em histórias de sua própria comunidade, argumentando que essa expectativa é uma forma de discriminação. Para ele, a diversidade de histórias é crucial, pois a experiência queer é tão rica e variada quanto qualquer outra. Ele conclui que, enquanto houver uma necessidade de representação, ele continuará a contar histórias queer, ajudando a construir um mundo mais inclusivo e compreensivo.
O filme “My Melbourne” será lançado nos cinemas em 14 de março, prometendo não apenas entreter, mas também provocar reflexões profundas sobre aceitação e amor na esfera familiar.
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