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“Como ‘Queer’, de Luca Guadagnino, Redefine o Cinema LGBTQ+ com Sua Abordagem Surreal e Emocional”

"Como 'Queer', de Luca Guadagnino, Redefine o Cinema LGBTQ+ com Sua Abordagem Surreal e Emocional"
"Como 'Queer', de Luca Guadagnino, Redefine o Cinema LGBTQ+ com Sua Abordagem Surreal e Emocional"

O filme ‘Queer’, dirigido pelo renomado cineasta italiano Luca Guadagnino, estreou nos cinemas brasileiros no dia 12 de dezembro de 2024 e já se destaca na temporada de premiações, especialmente pela notável atuação de Daniel Craig como protagonista. Diferente de seu projeto anterior, ‘Challengers’, que traz uma abordagem mais leve e divertida, ‘Queer’ mergulha em uma atmosfera introspectiva, repleta de surrealismo e complexidade emocional.

A trama se desenrola na década de 1950, onde William Lee, interpretado por Craig, é um marinheiro aposentado que vive uma vida boêmia na Cidade do México, lidando com seu vício em drogas e frequentando clubes gays. A narrativa se complica quando ele se apaixona por Eugene Allerton, um estudante enigmático que alterna entre momentos de afeto e indiferença. Essa relação, que à primeira vista parece um simples romance dramático, se baseia na obra homônima de William Burroughs e se desenvolve em uma teia de emoções intensas e surreais.

O filme utiliza uma cinematografia impressionante para capturar a obsessão de Lee por Allerton. Uma cena marcante mostra o casal em um cinema, onde Lee observa Allerton com um olhar quase hipnótico, simbolizando seu desejo profundo e sua vulnerabilidade. A abordagem visual do filme, que muitas vezes dispensa diálogos expositivos, permite que o público sinta a conexão íntima entre os personagens, quase como se estivesse lendo os pensamentos de Lee.

Além disso, ‘Queer’ entrelaça referências culturais, como a cena do filme ‘Orfeu’ de Jean Cocteau, que espelha a jornada de Lee em sua busca pelo amor e pela autoaceitação. A relação entre Lee e Allerton se aprofunda em uma viagem pela América do Sul, onde Lee busca yagé, uma substância alucinógena que promete revelar verdades ocultas. Esta experiência com a ayahuasca leva os personagens a um estado de vulnerabilidade extrema, desafiando-os a confrontar suas emoções mais profundas.

O clímax do filme culmina em um momento de separação trágica, onde Lee, ao olhar para trás, perde Allerton, simbolizando a perda do amor e a solidão que o assombra. A atuação de Craig, ao abandonar o estereótipo do herói masculino, revela um homem solitário e carente, mostrando a versatilidade do ator, que se destaca em um papel tão vulnerável e complexo.

A trilha sonora, elaborada por Trent Reznor e Atticus Ross, complementa a narrativa de forma surpreendente, trazendo canções que evocam a nostalgia das décadas passadas, enquanto a canção original ‘Vaster Than Empires’, interpretada por Caetano Veloso, conecta ainda mais o filme às raízes da obra de Burroughs.

‘Queer’ é, sem dúvida, uma obra que não apenas desafia as normas do cinema, mas também toca em temas universais de amor, solidão e a busca por compreensão em um mundo frequentemente hostil. Com sua estreia, o filme não só promete ser um forte concorrente nas premiações, mas também um marco no cinema LGBTQ+ contemporâneo.

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