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“Como ‘Queer’, o Novo Filme de Luca Guadagnino, Reinterpreta a Identidade e o Isolamento Através de uma Lente Surrealista”

O filme ‘Queer’, dirigido por Luca Guadagnino, traz uma abordagem surrealista sobre identidade e isolamento, inspirando-se na obra do escritor William S. Burroughs. Estreando em cinemas selecionados em Phoenix antes do lançamento nacional em 13 de dezembro de 2024, o longa apresenta Lee, interpretado por Daniel Craig, um americano vivendo na Cidade do México, que se vê obcecado por Eugene, um jovem soldado interpretado por Drew Starkey.

A narrativa mergulha em temas profundos como a solidão e o vício, enquanto Lee busca compreender sua relação em transformação com Eugene e sua própria identidade. Neste papel, Craig abandona seu icônico personagem de James Bond, revelando um lado mais vulnerável e inseguro. Starkey, com uma diferença de 25 anos, dá vida a um personagem enigmático que atormenta a psique de Lee, levando-o a situações quase cômicas em sua busca por atenção.

A cinematografia do filme é deslumbrante e evocativa, remetendo mais a uma pintura de Frida Kahlo do que a qualquer outra produção cinematográfica. As sequências de sonho são surrealistas, apresentando imagens impactantes como pessoas flutuantes com membros severamente mutilados e grandes olhos observando corredores pintados em vermelho.

Ambientado na década de 1950, ‘Queer’ captura perfeitamente o espírito do movimento surrealista da época, quase como se relógios derretidos e figuras bizarras fizessem parte do cenário. Apesar de algumas imagens perturbadoras, o sentimento que predomina é de melancolia, como evidenciado em uma cena onde os protagonistas literalmente regurgitam seus corações e se entrelaçam em um ato visceral de amor e solidão.

Guadagnino já explorou temas semelhantes em seu aclamado filme ‘Me Chame pelo Seu Nome’, e embora ambos compartilhem a temática do amor não correspondido e da autoaceitação, ‘Queer’ se destaca por sua abordagem experimental e ousada.

A trilha sonora, composta por Trent Reznor e Atticus Ross, inclui músicas do Nirvana, que, apesar do cenário dos anos 50, adicionam uma camada surreal e atemporal à narrativa. A presença dessas canções é especialmente significativa, considerando que Kurt Cobain e Burroughs se encontraram em 1993, o que pode ter influenciado sua inclusão.

O vício, seja por substâncias ou por relacionamentos, permeia toda a obra, retratando a vida de um homem atormentado por sua identidade, que busca refúgio em drogas, álcool e outras pessoas para sufocar seus sentimentos. O desempenho dos atores é excepcional, com participações de nomes como Jason Schwartzman e Omar Apollo, enquanto o diálogo se assemelha ao estilo e ao ritmo característicos de Woody Allen.

No geral, ‘Queer’ é uma obra bela e crua, que oferece uma experiência cinematográfica única, capturando a sensação de estar ‘desencarnado’. Embora possa não agradar a todos devido à sua natureza peculiar, é uma adaptação perfeita do livro de Burroughs, que não hesita em explorar os limites da narrativa.

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