Um tribunal em Thunder Bay, Ontário, condenou um blogueiro a pagar 380 mil dólares em danos por difamação, após ele fazer publicações no Facebook em 2022 acusando artistas de drag de serem ‘groomers’ de crianças. Essa decisão foi proferida pela Justiça Superior de Ontário e reflete um importante avanço na luta contra a desinformação e o discurso de ódio direcionado à comunidade 2SLGBTQAA+.
As postagens que deram origem ao processo foram feitas em setembro e dezembro de 2022, em uma página chamada “Real Thunder Bay Courthouse – Inside Edition”, que já não está ativa. O primeiro post mencionava um evento de drag em Dryden, que foi cancelado após uma ligação de prank, enquanto a segunda postagem fazia referência a um evento de contação de histórias com drag queens, alegando erroneamente que algumas delas tinham sido criminalmente acusadas de pornografia infantil.
A juíza Helen M. Pierce destacou o comportamento do blogueiro como o de um “comum bullie”, enfatizando um padrão de conduta homofóbica e transfóbica em suas publicações. Os demandantes, incluindo a organização Rainbow Alliance Dryden e os artistas de drag Caitlin Hartlen, Felicia Crichton e John-Marcel Forget, expressaram alívio e gratidão pela decisão. Forget, que atua como Lady Fantasia LaPremiere, comentou que o julgamento poderia encorajar outros a se defenderem contra mentiras e ataques baseados em preconceitos.
Judson, diretor da Borderland Pride, classificou a decisão como um marco para a comunidade 2SLGBTQAA+, especialmente em um momento em que essa comunidade enfrenta crescente assédio político no Canadá e nos Estados Unidos. Ele ressaltou que a retórica de ‘groomer’ tem uma longa história de ser usada como um insulto contra pessoas LGBTQIA+, e as falsas alegações de impropriedade sexual são extremamente difamatórias.
Forget também compartilhou suas experiências de bullying ao longo da vida, ressaltando a importância de se levantar contra a discriminação e a violência verbal. Ele encorajou outros membros da comunidade a saberem que existem pessoas lutando por seus direitos e que não estão sozinhos na batalha contra o preconceito.
Essa decisão judicial não apenas oferece um precedente legal contra a difamação, mas também serve como um forte lembrete da necessidade de respeito e aceitação para todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
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