in

“Condenação de Juiz Ativista Levanta Debate sobre Homofobia Institucional no Judiciário da Bahia”

"Condenação de Juiz Ativista Levanta Debate sobre Homofobia Institucional no Judiciário da Bahia"
"Condenação de Juiz Ativista Levanta Debate sobre Homofobia Institucional no Judiciário da Bahia"

O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, conhecido por seu ativismo em prol da comunidade LGBT, enfrenta uma grave situação após ser condenado à aposentadoria compulsória pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) em 29 de janeiro de 2025. A decisão, que foi motivada por um processo administrativo disciplinar aberto em 2023, levanta questões sobre homofobia institucional e os direitos dos ativistas LGBT no Brasil.

A investigação que resultou na penalidade contra Mário foi desencadeada por alegações de “violações ao dever de urbanidade” e “conduta irrepreensível na vida privada”. O juiz e várias organizações de direitos humanos argumentam que a decisão é uma retaliação por suas ações em defesa de direitos LGBT, especialmente após o lançamento de um edital para contratação de estagiários LGBT, o que gerou forte resistência por parte da cúpula do TJBA.

A polêmica se intensificou ainda mais quando a decisão de afastamento coincidiu com o Dia da Visibilidade Trans, momento em que grupos de defesa dos direitos LGBT manifestaram seu repúdio à conduta do tribunal. O conselheiro do CNJ, Caputo Bastos, negou uma liminar que buscava suspender o processo, alegando que intervenções só são realizadas em casos excepcionais.

Mário, que ingressou na magistratura em 1996 e liderava a comissão de direitos LGBT no TJBA, afirmou que a anulação do edital por parte do corregedor José Edivaldo Rocha Rotondano, que alegou discriminação da população heterossexual, foi um ponto crucial para o seu afastamento. Em uma crítica contundente, Mário declarou, durante um debate na rádio da Assembleia Legislativa da Bahia, que a determinação de afastamento foi especialmente dolorosa, pois veio de um corregedor que se identifica como gay, mas que não se assumiu publicamente.

Após o CNJ rejeitar seu recurso, a situação se complicou ainda mais para Mário, com a apresentação de uma representação disciplinar contra ele pelo presidente do TJBA, Nilson Castelo Branco. Em setembro de 2023, o TJBA decidiu instituir uma cota de 5% para estágios de pessoas trans, o que Mário interpretou como uma tentativa de ofuscar seu ativismo e minimizar sua visibilidade.

No decorrer do processo, o juiz denunciou uma investigação minuciosa de sua vida pessoal, buscando motivos para sua responsabilização. Embora a relatora do caso tenha sugerido uma pena de censura, outros desembargadores defenderam a punição máxima, alegando desrespeito por parte de Mário em relação ao tribunal.

Diante de todo esse contexto, Mário reafirma sua posição, dizendo que é injusto misturar sua pessoa com o cargo que ocupa, e que não há fundamentos concretos para sua condenação. O TJBA, por sua vez, optou por não comentar o caso, mantendo-se em silêncio sobre os desdobramentos da situação que envolve um de seus juízes mais polêmicos e engajados.

Esse caso ressalta a necessidade urgente de discutir a homofobia no sistema judiciário e garantir que os direitos da comunidade LGBT sejam respeitados, especialmente em um momento em que a visibilidade e inclusão são mais importantes do que nunca.

Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes

"Show de Lady Gaga no Rio: O que a escolha de Pabllo Vittar como abertura revela sobre a cena musical brasileira?"

“Show de Lady Gaga no Rio: O que a escolha de Pabllo Vittar como abertura revela sobre a cena musical brasileira?”

"Desvendando o Assassinato de Martre Coles: Uma Tragédia Familiar e as Sombras do Ciúme"

“Desvendando o Assassinato de Martre Coles: Uma Tragédia Familiar e as Sombras do Ciúme”