O cabo da Polícia Militar de São Paulo, Renato Tavares Rocha, foi condenado a 12 anos de prisão pela morte de Silvio Ferreira Coelho, um homem gay de 47 anos, que foi baleado enquanto dançava na calçada no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, em janeiro de 2023. O crime, que gerou grande repercussão, ocorreu em um momento em que Silvio se divertia, e o policial estava de folga, consumindo um lanche nas proximidades. Durante o julgamento, realizado em 18 de fevereiro de 2025, o júri reconheceu que o PM cometeu homicídio qualificado, mas não acolheu a tese do Ministério Público de que o crime foi motivado por homofobia.
O promotor responsável pelo caso, Luciana André Jordão Dias, destacou que a motivação do crime foi torpe, pois Renato atirou em Silvio simplesmente por se incomodar com a presença de um homossexual dançando alegremente. Apesar das evidências e testemunhas que relataram a dinâmica do evento, o júri não considerou a homofobia como um fator determinante para o assassinato. Silvio foi atingido no rosto e não sobreviveu aos ferimentos, mesmo sendo socorrido rapidamente e levado ao Hospital Municipal do Campo Limpo.
A sentença do juiz Roberto Zanichelli Cintra aumentou a pena do policial em um sexto pela expectativa da sociedade em relação ao comportamento de agentes de segurança pública, que deve ser de proteção e não de violência. Contudo, a pena foi reduzida ao mínimo legal em virtude da confissão espontânea do réu, que já se encontrava preso no Presídio Romão Gomes, onde cumprirá a pena em regime fechado. Este caso levanta questões cruciais sobre os direitos da comunidade LGBT e a necessidade de um tratamento mais rigoroso para crimes motivados por ódio e discriminação.
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