in ,

Conectados! Pistas gays não são mais só para dançar, a onda agora é se comunicar

O Brasil é um país de gente conectada e isso não é mais novidade, já que constantemente ele aparece na lista de recordes de navegação e utilização de banda larga. A popularização de todas essas tecnologias e o barateamento dos smartphones incutiu nos fervidos o delicioso vício de compartilhar os bons momentos vividos em uma pista de dança em tempo real, e os clubes estão sabendo aproveitar esta onda.

Praticamente todos os clubes possuem presença nas redes sociais através de Twitter, Facebook e Orkut. Os mais antenados também se conectam com o público através do YouTube e o Instagram, que é uma rede social de fotos, e até através do UStream, serviço de transmissão de vídeo em tempo real que surgiu em 2007 e, apesar de não ser tão popular como a mais recente TwitCam, é uma ferramenta bacana para colocar a audiência virtual em contato com o real.

De olho nesse público, o clube paulistano Bubu Lounge transmite suas festas através deste serviço integrado ao site da casa e também pelo canal no Facebook. A cada sexta-feira cerca de 200 pessoas acessam a transmissão que é feita a partir da pista principal do clube e em breve será instalada na pista menor, onde rola um som mais pop. A qualidade do vídeo é boa e por ser uma festa, o áudio é ainda mais importante.

140 CARACTERES
O Twitter é a ferramenta mais amada pela maioria. E uma das suas principais características é a instantaneidade das informações. Como geralmente as pessoas postam o que está acontecendo ou pensando naquele momento, menos de meia hora depois tudo aquilo já pode ter mudado e não faz mais sentido. Mas visando o alcance que um tweet pode ter baseado na quantidade de seguidores, muitos clubes disponibilizam redes wireless para facilitar o acesso de seus clientes.

"Todos estão conectados, geram conteúdo o tempo inteiro e ainda nem todos possuem pacotes de dados full time, então é importante oferecer este serviço", comenta Ricardo Lucas, um dos sócios do recém-inaugurado clube brasiliense Victoria Haus. E esta é uma tendência vista em outras pistas pelo país em clubes como Cantho, Blue Space e Bubu em São Paulo, The Pub em Goiânia e San Sebastian em Salvador. Todos liberam a internet para os clientes.

"Há mais ou menos dois anos criamos o Twitter da Blue Space e também a página no Facebook, o WiFi nos trouxe um feedback imediato, que é o que procuramos cada vez mais", diz Cássio Sampaio, assessor de comunicação e responsável pelas contas nas redes sociais da casa que é referência nacional com seus famosos shows de drags. "Ficamos mais expostos a sugestões, reclamações, elogios e esse imediatismo é essencial para o andamento da casa. A euforia com a música preferida, a animação da pista, a empolgação pelo show. Ficamos atentos a tudo!", completa.

Os comentários postados nessas redes servem também para motivar outras pessoas a conhecerem os clubes e as festas. "Hoje percebemos que ter uma rede WiFi na pista do The Pub é algo mais abrangente, pois através das atualizações feitas pelos clientes presentes na casa, conseguimos atingir outro público que não teve a oportunidade de estar na noite em questão", informa Patrick Costa, sócio do clube goiano.

E esta conectividade está em todas as partes da cadeira que compõe a noite. O vendedor brasiliense Higor Alves, de 19 anos, é um tuiteiro feroz e espontâneo. No dia 4 de dezembro, enquanto ocorria uma edição da festa Gambiarra, em Brasília, ele comentou em seu Twitter: "e eu pensando que a festa ia flopar. Nada melhor do que ouvir boas músicas e em boa companhia!". Quando questionado sobre sua presença nas redes, ele pontua que gosta "dessa coisa de todo mundo saber o que você está fazendo, com quem você está, quem você encontrou. Curto isso".

Mas estes espaços também servem para críticas negativas e Higor ressalva que "quando o assunto é crítica, o pessoal pega pesado", situação que vai de encontro com o monitoramento que alguns clubes fazem inclusive no decorrer da festa. No Victoria Haus há sempre alguém de olho, pois "é importante sanar dúvidas o mais rápido possível", alerta Ricardo.

JÁ FEZ O CHECK-IN?
Ainda mais relevante para estabelecimentos comerciais, o FourSquare, aquele aplicativo que conta para seus amigos onde você está, é outra ferramenta muito utilizada e funciona bem para motivar outras pessoas a saírem de casa. Além desse alerta, é possível tecer comentários sobre o estabelecimento para que os amigos saibam da sua opinião no momento do check-in, ou seja, quando a pessoa marca que está em um determinado lugar.

Fora o benefício da paquera, já que muitos saem de casa quando sabem que o pretendente acaba de adentrar em alguma pista.
Comum em restaurantes, mas ainda não utilizado em clubes, as promoções para quem faz check-in utilizando a ferramenta podem também funcionar bem como ferramenta de marketing.

Mas há casas que oferecem descontos com outras soluções, como é o caso da Cantho, que eventualmente envia mensagens de texto para seus clientes oferecendo benefícios ao mostrar a mensagem na recepção. Esses benefícios geralmente são descontos, entradas gratuitas ou entrada direta e sem filas.

Seguindo essa linha de migrar a comunicação para os meios digitais, o clube soteropolitano San Sebatian deixou de produzir materiais gráficos impressos há cerca de um ano e meio. "Somos 100% dedicados às redes sociais e ambientes virtuais. Produzimos material em papel de forma muito sazonal, e ainda assim em pequena quantidade para atender a rede de hotéis e turistas", conta Valdeck Junior, responsável pela área de comunicação da casa.

O flyer realmente deverá desaparecer muito em breve e todos os clubes migrarão para a divulgação digital. "Hoje é raro alguém não estar conectado à internet e, por isso, o efeito viral é quase imediato. Já é possível promover um evento ou festa em questão de horas, sem a impressão dos famosos flyers, salvo raras e necessárias exceções", afirma André Almada, sócio da The Week.

NA PICK-UP
Mas como não se faz uma festa sem DJ, eles também estão na pista para tocar e interagir. O DJ Paulo Pringles, dono do maior Twitter entre os DJs brasileiros (ele conta com 36 mil seguidores), é um agitador nato. Ele divide seu tempo e agenda entre a Rádio Jovem Pan FM, discotecagens por todo o Brasil e sua residência no clube Tunnel, em São Paulo. Pringles interage com seu público e além de falar sobre música e festas, já recebeu muitas cantadas também!

Ele, que já chegou a sortear iPods, camisetas, CDs e entradas VIPs, percebe um fato importante: a forma com que as pessoas utilizam as redes é diferente em cada parte do país. "Tem lugares em que o Twitter é muito utilizado, em outros o Facebook bomba mais e, acredite se quiser, tem cidades em que o Orkut ainda é o preferido! Isso acontece nas cidades muito pequenas, geralmente interiores dos estados do nosso país", conta.

Por mais que os fãs de novidades tripudiem o Orkut, ela ainda é a maior rede social no Brasil e é notado também pelos profissionais da noite. Assim como Pringles, que observa uma questão regional na utilização, Almada afirma que ele é "muito usado por clientes do interior de São Paulo e outros estados".

Promoção é realmente a alma do negócio. O DJ João Neto, por exemplo, criou em sua Fã Page uma promoção inusitada que sortearia um fã para passar uma noite com ele na cabine de um clube e ter a experiência de ver a festa sob outro ângulo. Mas Pringles vai além e para dar um gás em seu Facebook, que é menos movimentado que o Twitter, irá sortear uma viagem, onde a pessoa passará um fim de semana viajando com ele para conhecer os bastidores da profissão. E você, não vai se conectar?

@sansebastianssa

@bubulounge

@theweekbrazil

@thepubgyn

@bluespacesp

@victoriahaus

*Matéria publicada originalmente na edição #52 da revista A Capa.

Conheça o candidato do Rio Grande do Sul ao Mister Brasil Diversidade 2012

Galeria: Benjamin Godfre, o gato abusado!