Entre os dias 20 e 24 de abril de 2009, vou participar em Genebra, na Suíça da Conferência de Revisão de Durban, que vai avaliar os progressos na consecução dos objetivos estabelecidos pela Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância, em Durban, África do Sul, em 2001. O Evento é organizado pela ONU, será realizado no Palácio das Nações e contará com representantes de 280 países de todo mundo. Estou incluído na comitiva do Governo Brasileiro, como representante da Sociedade Civil.
A Conferência irá servir como um catalisador para cumprir as promessas da Declaração de Durban e do Programa de Ação acordado na Conferência Mundial de 2001 revigorado através de ações, iniciativas e soluções práticas, iluminando o caminho para a igualdade de cada indivíduo e do grupo em todas as regiões e países do mundo.
A amplitude e a ambição da Declaração de Durban e do Programa de Ação é um farol de esperança para aqueles que trabalham contra todas as formas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância conexa. A Conferência será bem sucedido capacitando os interessados em todo o mundo, fornecendo-lhes instrumentos concretos, estratégias eficazes e de boas práticas para a luta diária contra o racismo, xenofobia e outras intolerâncias.
Nosso desafio é exigir a devolução dos pontos 69 e 178 bis do texto de 26 de Fevereiro deste ano.Estes pontos foram foram retirados no novo documento que discute esta sessão. O texto do n º 69 é: Reconhece que as experiências de racismo, n discriminação racial, xenofobia e intolerância conexa são agravados , incluindo a discriminação em razão da orientação sexual e identidade sexual, e condena todas as formas de discriminação todos outras violações dos direitos humanos com base em todos estes motivos.
O texto do n º 178 bis é: Ela apela aos Estados a desenvolver e implementar programas de formação e de sensibilização para n sensibilização do público, promover a tolerância e o respeito por aqueles que enfrentam múltiplas formas de discriminação , razão e progresso na proibição de discriminações deste tipo A relação entre raça , orientação sexual e identidades de gênero , mostra que índios, negros, ciganos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT , no Brasil são vítimas de dupla discriminação. Devido a sua raça/etnia e a orientação sexual ou identidade de gênero.
Na história nós LGBT fomos presos e assassinados em campos concentração nazistas durante o Holocausto, com o uso da marca de um triangulo rosa invertido. Hoje, gays e travestis estão mais vulneráveis ao HIV.Em alguns países a Homossexualidade é criminalizada e e em muitos cidadãos LGBT não tem nenhum direito civil. No Brasil , pouca gente sabe que existem Índios e Ciganos que são Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, e essa invisibilidade consente com as violências que estes LGBT sofrem em suas aldeias ou comunidades.
Como representante da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis – ABGLT estarei em Genebra insistindo para que autoridades de 280 países do mundo percebam que pessoas estão sendo impedidas de entrar países desenvolvidas pelo fato de ter HIV e que existem Bi e Homossexuais sofrendo muito nas aldeias indígenas e nas comunidades ciganas. Falar em direitos humanos, fim de intolerâncias e esquecer os recortes de orientação sexual e identidade de gênero é um retrocesso.
*Léo Mendes – Indiodescendente, Gay e Secretário de Comunicação da ABGLT