Dando sequência na cobertura das eleições municipais, o site A Capa enviou perguntas para todos os candidatos LGBTs a vereador na cidade de São Paulo. As mesmas questões foram enviadas para os 10 representantes da comunidade gay que concorrem a uma vaga na Câmara Municipal da cidade. A seguir você confere a entrevista com Marcos Fernandes, candidato do PSDB.
Como surgiu a oportunidade de você se candidatar a vereador?
Essa candidatura é o resultado de uma construção. Eu sou militante político desde os 18 anos, participei de vários momentos importantes da história política do Brasil. Sempre acreditei na política como forma de transformar a realidade da nossa sociedade. Ao longo desse tempo, tive contato com muitas pessoas que pensam parecido comigo, formando grupo. Portanto, a minha candidatura é um projeto coletivo, e é fruto desse trabalho. Nosso objetivo é fazer um mandato participativo, que trate de temas importantes para a cidade. Entre eles, claro, a questão da cidadania LGBT. Importante ressaltar que é fundamental sabermos o número do candidato, o meu é 45452.
Quais são seus diferenciais em relação aos outros candidatos?
Todas as candidaturas são legítimas. Eu me sinto preparado para ser vereador porque conheço a Câmara Municipal, trabalhei lá por mais de dez anos. Também conheço bem como funciona a Prefeitura, já que fui Chefe de Gabinete da Secretaria de Participação e Parceria, onde estão os conselhos e as coordenadorias da diversidade sexual, juventude, idosos, negros, criança e adolescente, combate a drogas e álcool e pessoas com deficiência. Além disso, também trabalhei nas secretarias do Esporte e da Fazenda. Nesse tempo tive grandes professores, como Franco Montoro, Fernando Henrique, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra. Aprendi muito como trabalhar questões sociais e como fazê-las de forma concreta e eficiente. Conquistamos espaços importantes e me sinto preparado para avançar mais. Conheço a máquina administrativa e como superar as burocracias.
Quais são suas principais propostas?
Incluir o Esporte e Cultura no dia a dia das pessoas, melhor utilização dos espaços públicos como praças, parques, calçadas, pensando na qualidade de vida e defendendo a realização de eventos esportivos e culturais com regularidade nessas localidades. E, principalmente, geração de emprego e renda, com qualificação profissional e com o foco na autonomia, criando espaços para essas pessoas venderem seus produtos. Outra proposta é termos espaços de acolhimento, em parcerias com entidades, para jovens em situação de conflito com seus familiares e também uma atenção especial aos idosos que em geral moram só e longe de suas famílias. Convido também os leitores e leitoras de A Capa a conhecerem o site da campanha: www.marcosfernandes45452.com.br/
Como você pretende ajudar a combater os ataques homofóbicos nas ruas de SP?
De várias formas. Envolver a Educação (projeto a longo prazo), a Polícia para evitar os ataques e a Prefeitura que pode iluminar melhor as vias e fazer o mapeamento dos locais de frequência LGBT. Há também que se fazer uma campanha para que as pessoas façam o Boletim de Ocorrência e assim possamos mapear os casos de ataques homofóbicos.
Na sua opinião, qual é o maior problema enfrentado atualmente pela população LGBT de São Paulo?
São vários. Todos começam pelo preconceito e a violência. É importante destacar a dificuldade de travestis e transexuais se colocarem no mercado de trabalho formal e o problema anterior a isso que é o bullying, que fizeram com que elas desistissem da escola. O combate ao preconceito e à violência são fundamentais, mas é preciso também olhar para políticas públicas que valorizem a diversidade da nossa cidade, que aumentem a auto-estima dessas populações estigmatizadas como é o caso de LGBT.
De que forma pretende construir seus aliados políticos?
Alianças se constroem com idéias e ideais, avançando passo a passo, garantindo a laicidade na Política e na construção de Políticas Públicas que garantam a igualdade, o apoio aos que necessitarem e a criação de Políticas afirmativas para vários segmentos e assim construir uma "base" social de respeito à dignidade de todos. No meu Partido temos o Diversidade Tucana (sou o presidente nacional), que tem como objetivo orientar o Partido sobre Políticas para a Diversidade, lutar junto com a Sociedade contra o preconceito e defender o Estado Laico como garantia da Democracia.
Para saber mais sobre os candidatos às eleições municipais acesse o blog Eleições LGBT.