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Confira as propostas de Maria Fuentes, candidata a vereadora em São Paulo pelo PTB

Dando sequência na cobertura das eleições municipais, o site A Capa enviou perguntas para todos os candidatos LGBTs a vereador na cidade de São Paulo. As mesmas questões foram enviadas para os 10 representantes da comunidade gay que concorrem a uma vaga na Câmara Municipal da cidade. A seguir você confere a entrevista com Maria Fuentes, candidata do PTB.

Como surgiu a oportunidade de você se candidatar a vereadora?
Sou empresária, dona da Editora Neon e tenho uma revista destinada para o público LGBT, a Revista Arco Iris, que esta online. Saindo as ruas para fazer matérias, senti de perto a necessidade de fazer alguma coisa para os adolescentes que são expulsos de casa, os travestis que estão nas esquinas, muitos formados, mas a sociedade e os grandes empresários desprezam por preconceito, por tudo isso resolvi me candidatar. Sou Vice-Presidente Estadual do PTB Diversidade, um partido que tem o total respeito às causas LGBT, e da qual me deu total liberdade para criar propostas e ajudar todas as pessoas, sempre respeitando os Direitos Humanos. O PTB quer nos dar visibilidade e igualdade. Estou me candidatando pela primeira vez.

Quais são seus diferenciais em relação aos outros candidatos?
Sensibilidade, luta, desafio e muito trabalho pela melhoria da qualidade de vida das pessoas, fortalecer projetos e ações com foco em saúde e direitos humanos.

Quais são suas principais propostas?
PLANO BASE:
Criação de NÚCLEOS do tipo “Centrais de Atendimento LGBT” – que consiste na implantação de centrais de atendimento regionalizadas e equipadas de acordo com as maiores necessidades da área, que seriam detectadas por técnicos especializados através de estudo social, verificação de estatísticas e análise de perfil da comunidade inserida em determinada região do município de São Paulo.

Esses núcleos terão conexão direta com diversos serviços públicos, como por exemplo, delegacias, que seriam já orientadas a receber quaisquer solicitações de atendimento originadas destes núcleos, de modo a agilizar o combate à homofobia através do encaminhamento que seria feito por pessoas preparadas e que integrassem o trabalho realizado nos núcleos.

Na área da saúde, ainda a título exemplificativo, os núcleos ofereceriam atendimento ambulatorial, odontológico e medicina preventivo-especializada, e paralelamente, se necessário, estariam preparados a realizar encaminhamento por profissionais especializados a hospitais e eventualmente prontos socorros para procedimentos mais complexos.

Esse sistema de “comunicação regionalizada” entre os centros e setores de serviços públicos, além do próprio atendimento especializado a ser oferecido dentro dos próprios centros, viabiliza o melhor e mais eficiente atendimento deste grupo social, que apresenta necessidades e dificuldades específicas em todas as zonas de São Paulo, abrangidas as diversas áreas de necessidade do cidadão. Como consequência, o munícipe deste grupo estaria melhor atendido em termos de qualidade e especialização,  além de desafogar o atendimento em serviços públicos.

Dentro da proposta da criação do núcleo REGIONALIZADO teríamos para todos os setores, o que poderia ser ampliado e inclusive direcionado aos funcionários dos órgãos próprios, em especial saúde, segurança e educação:

 Implantação de programas de capacitação técnica para atendimento especializado ao público LGBT
 Campanha de humanização no atendimento
 Seria dada a pessoa a faculdade de procurar os núcleos de atendimento LGBT, onde estariam centralizados outros serviços especializados, como assistência jurídica, orientação fiscal, medicina preventiva e outras, justamente para que o cidadão exerça seu direito de escolha relacionado ao tipo de atendimento que prefere o que vem de encontro ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana
 Busca de maiores recursos financeiros que financiem campanhas, fóruns, etc… Que visem o fortalecimento dos movimentos sociais, conselhos e ONGs que atuem na luta pelos direitos LGBT, com vista a concretização de políticas de qualidade no âmbito da saúde, educação, cultura e segurança publica

SETOR EDUCAÇÃO
 Cursos profissionalizantes com posto de orientação à melhor formação
 Campanhas bem mais "agressivas" dentro do ambiente escolar e curso de capacitação para profissionais da educação. Implantação de núcleos de conciliação para pais, alunos e professores ou caso inviável, que ao menos haja a presença de um profissional especializado dentro do ambiente escolar para atuação em situações em que se configure ocorrência de bullying. Muitas vezes é preciso realizar um trabalho familiar e não apenas com o estudante. Palestras em escolas da rede municipal, com participação obrigatória dos estudantes e professores.

SETOR SAÚDE
 Atendimento Clínico
 Odontológico
 Atendimento Preventivo
 Fornecimento de remédios
 Implantação dessa especialização dentro do já existente PSF (Programa de saúde da Família);
 Disponibilização de apoio psicológico e social às famílias de portadores de HIV no postos de saúde em geral
 Atendimento especializado para travestis e transexuais
 Na saúde, quando se fala em hospitais gerais, prontos socorros e postos de saúde, que são locais de atendimento geral, seria obrigatória a preparação do profissional da área da saúde para atendimento a este público específico, acompanhado de trabalho de campanha de divulgação do combate ao preconceito

SETOR SEGURANÇA
 Combate à homofobia urgente, que respeite os direitos humanos
 Treinamento e conscientização dos funcionários desse setor em relação ao tratamento dirigido ao cidadão integrante da comunidade LGBT. Esclarecimento acerca de aspectos comportamentais que eventualmente sejam específicos desse grupo, e orientação sobre como lidar com as diferenças mantendo o respeito ao ser humano, observado o integral cumprimento da lei
 Priorização na humanização nas relações – esta não deve ser considerada como providência capaz de representar um fator de risco para a correta aplicação da norma. E mais: o trabalho realizado na seara da educação repercute diretamente na Segurança, haja vista que a diminuição do bullying escolar, o que via de consequência implicaria numa diminuição de demanda nesse segmento.

SETOR ASSISTÊNCIA JURIDICA  E  FISCAL
 Orientação em especial nas áreas cível (incluindo-se União Estável, Adoção), trabalhista e previdenciária
 Convênio com cartórios
 Orientação fiscal básica generalista, com direcionamento para postos e órgãos próprios, eliminando-se dúvidas e consequentemente filas.

SETOR ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Trabalho e combate a pobreza da população LGBT
 Recolocação no mercado de trabalho de forma mais regionalizada, preenchendo-se vagas próximas à residência do assistido, o que representa diminuição no uso de transporte público e tempo de deslocamento, melhorando a qualidade de vida da pessoa
 Indicação por profissionais para que o cidadão venha a integrar programas de habitação
 Núcleo de acolhimento para adolescentes LGBT desamparados pela família
 Lar – Abrigo para travestis, transexuais e idosos LGBT

SETOR SERVIÇOS
 Manutenção de tele centros, com internet, fax, telefonia
 Serviços relacionados à higiene e bem estar: Cabeleireiro, curso de yoga e similares
 Recolocação profissional

ATUAÇÃO ESPECÍFICA JUNTO AOS CONSELHOS TUTELARES PARA:
 Garantir da presença de profissional capacitado a prestar orientação psicológica e social às famílias atendidas por este serviço e que apresentem problemas nessa área
 Promover maior integração Conselho Tutelar e Escola

EVENTOS ESPORTES E LAZER
 Realização de eventos de visibilidade LGBT em toda a cidade. Ex: exposições, feiras, música, dança, oficinas, leitura, teatro, cinema, jogos

Proposta Complementar:
Criação de Conselho Municipal de Combate ao Preconceito.

Como você pretende ajudar a combater os ataques homofóbicos nas ruas de SP?
Com prevenção, educação, treinamento, conscientização e capacitação dos policiais, orientação sobre como lidar com as diferenças mantendo o respeito ao ser humano, observado o integral cumprimento da lei. Leis mais duras.

Na sua opinião, qual é o maior problema enfrentado atualmente pela população LGBT de São Paulo?
Na minha opinião não somente a comunidade LGBT, mas todos os setores estão com problemas, tem que ter política direcionada a população. O preconceito e a homofobia, só vão terminar com educação, funcionários bem capacitados. Não é possivel que o país que tem a maior parada gay do mundo, não tem ainda uma educação voltada para a população LGBT.

De que forma pretende construir seus aliados políticos?
Se eleita, meu gabinete sempre estará de portas abertas para a população LGBT. Sinto-me preparada para ser vereadora da nossa cidade.

Para saber mais sobre as eleições municipais acesse o blog Eleições LGBT.

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