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Confira pesquisa sobre lésbicas no DF

Elas são bastante assumidas, não sofrem preconceito na relação com profissionais de saúde e cuidam bastante do próprio bem-estar. Esse perfil das lésbicas e mulheres bissexuais que frequentam locais LGBT do Distrito Federal só pode ser delineado por meio de levantamento inédito que o Estruturação – Grupo LGBT de Brasília realizou por meio da sua Coordenação de Pesquisas e que é publicado agora.

Fruto de entrevista com 207 mulheres homossexuais e bissexuais realizadas no segundo semestre de 2008, a pesquisa teve como foco a saúde do segmento. “Só acreditamos em um ativismo qualificado, que sabe o que diz e que tem base fundamentada para isso. Não é possível atuar com base no ‘achismo’. Para cobrar políticas públicas e para agir da melhor forma, é fundamental saber em que cenário se atua. Com esse levantamento, conseguimos isso”, comemora Miton Santos, presidente da instituição. Com essa pesquisa, a ONG passa a ter o perfil de todos os segmentos com que trabalha: gays e homens bissexuais, travestis e transexuais profissionais do sexo e lésbicas e mulheres bissexuais.

Toda a pesquisa foi feita por meio do corpo de voluntariado da organização. Dentre, pesquisadores, psicólogos e estatísticos, cerca de 15 pessoas atuaram no levantamento. “Essa é mais uma prova do quanto as comunidades LGBT são conscientes de seu papel. Temos orgulho do trabalho feito de forma voluntária”, explica Santos.

A pesquisa e o relatório do levantamento, que podem ser acessados por quaisquer interessados, mostram que muitas suposições sobre lésbicas e mulheres bissexuais não tinham fundamento, mas que outros mitos, entretanto, se confirmaram. “Nossa meta primeira agora é entregar esse levantamento oficialmente para o Governo do Distrito Federal e exigir políticas públicas. Se o Poder Executivo não fez a pesquisa, sem problemas, nós fizemos. Agora não tem desculpa”, diz Sônia Moraes, co-coordenadora do Núcleo de Lésbicas da entidade.

Veja alguns dos principais dados obtidos:

– Segundo a Pesquisa Mosaico Brasil, realizada em 2008 pela Universidade de São Paulo sob encomenda do laboratório Pfizer, a idade média na primeira relação sexual das mulheres do Distrito Federal é de 17,4 anos. A média encontrada na pesquisa do Estruturação se aproxima muito da obtida pelo levantamento citado. De acordo com as resposta das entrevistadas, a idéia média da primeira relação sexual entre lésbicas e mulheres bissexuais foi de 17,2 anos.

– 62,9% das entrevistadas tinham parceria fixa no momento da pesquisa, o que coloca as lésbicas e mulheres bissexuais como o segmento que mais possui esse tipo de relacionamento em relação aos outros do universo LGBT. Apenas entre lésbicas, o índice é de 69% e, entre mulheres bissexuais, 53,7%. Outra pesquisa do Estruturação mostrou que 51,4% dos gays e homens bissexuais que freqüentavam locais LGBT tinham ou tiveram relacionamento fixo nos seis meses anteriores à pesquisa feita com eles. O levantamento com transgêneros profissionais do sexo realizado pela entidade em 2005 registrou que 51% das respondentes tinham companheiro ou namorado.

– Quando perguntadas sobre a quantidade de parcerias sexuais que elas tiveram no ano anterior à pesquisa, 47,0% disseram uma e 24,7%, duas. O cenário é quase o oposto do encontrado em homossexuais masculinos. A pesquisa Comportamento Sexual e Cidadania Junto à População de Homens que Fazem Sexo com Homens do Distrito Federal, feita pelo Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília com o apoio do Estruturação em 2003, mostrou que 64% dos entrevistados tiveram parceiros sexuais ocasionais no mês anterior ao levantamento com o número médio de 3,7 parceiros nesse período.

– Com relação ao auto-exame de mamas, há uma boa freqüência (59,4%), mas que poderia ser melhor, já que a recomendação para este exame é de prática mensal a partir da formação da glândula mamária – o que acontece até antes da primeira menstruação.
– 90,3% das pesquisadas acham que todas as mulheres precisam ir ao ginecologista independentemente da orientação sexual. Um dado que derruba a idéia de que lésbicas não sabem da importância desse acompanhamento médico.

– 63,6% das entrevistadas disseram que sempre têm preocupação com DST/AIDS no sexo entre mulheres.

– 91,52% das vezes em que lésbicas e mulheres bissexuais que tiveram a orientação sexual conhecida pelo profissional de saúde não houve preconceito contra elas, o que mostra que a homofobia por parte de profissionais de saúde do DF é baixa. Em 20,3% dessas vezes elas foram até elogiadas por não terem escondido a própria orientação sexual.

– Excluindo as entrevistadas que não têm emprego, 60,45% relataram que pelo menos uma pessoa no trabalho conhecem a homo/bissexualidade delas, 38,41% responderam “não” a essa pergunta e 1,12% disseram que não sabem se há alguém que tem conhecimento sobre a orientação sexual delas.

– 79,7% das respondentes têm pelo menos um parente que sabe da orientação sexual dela. Entre gays e homens bissexuais, esse números é de 50,4%

Confira a pesquisa integralmente clicando aqui.

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