O Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh) criticou severamente as declarações do cardeal Fernando Chomali em relação à música “Infernodaga”, que será a representante do Chile no Festival de Viña del Mar. Chomali descreveu a canção como uma “blasfêmia” e um “golpe à liberdade de expressão e à arte”, afirmando que ela ofende milhões de cristãos. Ele exclamou: “Só resta colocar a outra face e perdoar, pois não sabem o que fazem”. Essas críticas se somaram às do candidato presidencial José Antonio Kast, que chamou a canção de sacrilegio e perversão cultural.
Em resposta, Rolando Jiménez, presidente do Movilh, afirmou que a verdadeira blasfêmia é cometida pela Igreja Católica, que, ao longo dos anos, tem ignorado os abusos a que as pessoas LGBTIQ+ foram submetidas sob suas diretrizes. Jiménez ressaltou que as declarações de Chomali e Kast tentam silenciar as vozes das vítimas e defender uma ideologia que perpetua a discriminação.
“Infernodaga” não é apenas uma canção, mas um grito contra os abusos cometidos em nome da religião, e o Movilh defende que quem se cala diante de abusos se torna cúmplice. A luta por visibilidade e pelos direitos da comunidade LGBTIQ+ se intensifica, e a resposta da igreja, segundo Jiménez, é um reflexo da hipocrisia que permeia suas práticas.
Esse episódio destaca a necessidade urgente de um diálogo aberto e respeitoso sobre as questões de gênero e sexualidade, especialmente em um espaço como o Festival de Viña, que se propõe a ser um espaço de diversidade e expressão cultural.
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