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Congresso não vai aprovar união gay

O congresso brasileiro, no caso, a Câmara dos deputados federais, não vai aprovar a união civil gay por um simples e claro fato: é composta por pessoas arcaicas, vendidas que tem o rabo preso com o governo, por que também boa parte das pessoas que compõem esse espaço, que se pensa democrático, se rege por valores ligados a igreja, seja ela católica ou evangélica.

Ontem a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara rejeitou o texto que incluia a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Pior foi a declaração do PADRE/deputado José Linhares: disse que a família é entre homem e mulher, que os casais existentes devem ficar quietinhos em seus respectivos cantos. Para arrematar fechou o seu raciocínio com a seguinte reflexão:

"Essas relações não constituem a célula natural de uma família. O ser humano depende da presença afetiva de uma mulher e um homem. O pai e a mãe são figuras basilares da nossa existência. Não existe um pai mulher ou uma mãe homem". Não há pensamento mais arcaico do que esse e tão século 19.

A reflexão citada acima além de ser homofóbica, é também machista. Pois, para o deputado a mãe/mulher é a figura que deve servir de reprodução ao macho ativo. Segundo, ao dizer que não existe "pai mulher, ou mãe homem", ele reforça uma visão nojenta de que homens gays sonham em ser mulher e mulheres lésbicas sonham em ser machos. Realmente, caro padre que deveria estar em uma paróquia e nem em um congresso, não existe pai mulher e nem mãe homem. Existem dois pais e duas mães.

O pensamento desse sujeito é antigo e centrado na ideologia religiosa. Em 1947, repare na data, a estudiosa Simone de Bevouir lançava o seu mais famoso livro , "O Segundo Sexo". Na parte em que ela estuda "A condição da Mulher", ela diz o seguinte: que tanto a sexualidade quanto a identidade de gênero não poderão jamais serem classificadas a partir do corpo e da condição social da mulher. Ou seja, a mulher lésbica, máscula ou não, pode ser mãe, professora, educadora, solteira e por aí vai. Isso foi escrito e disseminado em parte da sociedade mundial há mais de 40 anos e, em pleno século XXI temos que ler e escutar pensamentos com o do deputado.

O deputado Genoino (PT-SP) foi a plenário dizer que é obrigação da Câmara aprovar esta matéria e que serão passados para trás caso o Supremo Tribunal Federal o faça (a matéria está sendo analisada pela ministra Ellen Gracie). Sinto muito caro parlamentar, vocês já foram passados para trás, essa casa não vota mais nada e só perde o seu tempo discutindo as barganhas do PMDB para ser apoiador da candidatura Dilma, a oposição é inepta… Enfim, como diria Chico Buarque, "estamos a deus dará"…

Em tempo: ao mesmo tempo que o congresso rejeita as uniões civis gays, ele aprovou o acordo entre o Governo Federal e a Santa Sé. Torna oficial o ensino religioso nas escolas. Pior, estendeu tal direito a todas as religiões, isso se deu graças ao esforço da bancada evangélica.

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