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Conheça a história de Michel Bruce, militante

Durante toda minha vida tinha consciência da minha homossexualidade, mas tinha medo de assumi-la. Meus desejos mais profundos estavam sempre relacionados aos homens. Para ofuscar esse sentimento, sempre tentei me relacionar com mulheres. A cobrança da família também era grande. As perguntas sempre vinham em momentos mais inapropriados: “Onde esta sua namorada?”, o constrangimento era sempre grande. No ano de 2001, aos meus 21 anos, o que pra mim era impossível aconteceu: apaixonei-me por uma pessoa do mesmo sexo que o meu, me apaixonei por um homem. Vivemos intensamente por algum tempo, o que se transformou em amor. Pela primeira vez na vida estava amando algum, um sentimento muito novo pra mim. Ele tinha acabado de sair de um relacionamento e seus sentimentos estavam divididos entre eu e seu antigo namorado. Então, para colocar a cabeça e os sentimentos em ordem, ele me deixou. Com isso entrei em grande depressão. A barba cresceu, me afundei nos estudos. Na verdade, esqueci de viver. Estranho o que o amor não faz. Minha família sempre muito preocupada comigo, queria saber o que estava acontecendo, porque tanta solidão, tanto choro, tanta infelicidade. Não sabia o que falar e nem contar. O medo da reação de todos me preocupava mais ainda. Certo dia, não tendo como evitar estava trancado no meu quarto quando entram minha mãe e duas tias, que sempre estavam presentes na minha vida, para me ajudar a resolver esse “problema” que estava vivendo. Achavam que estava usando drogas. Indagados por elas, disse que não era isso. O que me fazia sentir assim era o fato de ter “tomado o pé na bunda” de uma pessoa que estava gostando. Minha tia disse pra não me preocupar que a vida é assim mesmo. Aqueles papos que todos nós levamos quando perdemos alguém, um namorado ou uma namorada e que logo estaria bem. Mas o problema não era só esse, continuei a falar, estou gostando de um homem. Um silêncio tomou conta do meu quarto, até que a mesma tia me disse, “é só isso”. Nesse momento sempre tive o apoio da minha família. Hoje. aos meus 27 anos, continuo tendo todo apóio necessário para que possa fazer da minha vida um exemplo de militância para muitos gays.

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