Enquanto o Exército brasileiro se manifesta contra a lei que visa criminaliza a LGBTfobia, o Exército britânico mostra um passo a frente nos direitos da população trans.
Tudo porque tem uma transgênero como capitã na área de engenharia mecânica e eletrotécnica: Hannah Winterbourne, de 27 anos.
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Ela revela ao jornal The Sun que nunca se identificou com o papel de homem e que, aos 23 anos, quando iniciou o curso de treinamento do Exército, percebeu que havia "algo de errado" com a sua identidade.
"Eu percebi que era uma mulher num corpo errado por volta dos 23, mas eu achava que não poderia fazer nada a respeito. Após o curso de formação, fui para uma unidade com muitos soldados sob meu comando. Pensei: Não é a hora de fazer isso. Mas esses sentimentos nunca me abandonaram".
Foi quando serviu no Afeganistão que sentiu a ficha cair e viu que estava vivendo uma mentira. "Estava sempre a atuar para todos à minha volta. Não havia uma pausa para eu parar a situação. Antes, tinha meu tempo, onde podia ser honesta comigo mesma. No Afeganistão não podia fazer isso, pois partilhava a tenda com mais sete soldados, então esse foi o pontapé para me assumir".
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Ela admite que sentiu medo de revelar a questão trans e ser tratada diferente. Mas diz que o tratamento hormonal deu confiança e ela decidiu passar para transição de gênero quando treinava no Campo Bastion, na Alemanha.
A reação foi de choque e aceitação, mas Hannah diz que nada foi diferente do que já imaginava. "Não é uma coisa que se lide todos os dias no Exército".
Sem enfrentar resistência, a capitã continua em sua função e virou exemplo para o grupo T. Ela comanda 100 soldados e diz que o Exército não é antiquado, além de ser um bom lugar para trabalhar. Pelo feito, ganhou prêmios de organizações de defesa de igualdade de gênero e teve a vida retratada no documentário inglês All About Trans.
