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Consumidor gay em alta: a moda agora é tirar personagens de filmes e livros do armário

Não bastasse algumas personalidades serem "forçadas" a sair do armário, a moda agora é dizer que este ou aquele personagem é homossexual. Dumbledore, do Harry Potter, e o Exterminador do Futuro são os dois últimos exemplos dessa safra de novos gays.

Nos últimos anos, a comunidade gay parece ter entrado definitivamente — para o mal ou para o bem — na agenda do mercado globalizado. O que deve ser discutido pela militância e pelos próprios gays agora é até que ponto essa "aproximação" trará benefícios palpáveis, como a aprovação das uniões civis e o direito a herança e pensão no caso de morte do companheiro.

Anunciar personagens gays de filmes e livros pode parecer bacana na medida em que ajuda a dar mais visibilidade à comunidade gay, mas não parece servir para que a sociedade se abra para conferir direitos universais aos que preferem a companhia de alguém do mesmo sexo.

Pode soar descabido, mas comparo o momento atual ao ocaso da escravidão: o fim do comércio de escravos atendeu, grosso modo, aos interesses da Inglaterra, então a maior potência do mundo, que queria ter mais consumidores para seus produtos industrializados.

Bem, o que se viu depois da promulgação da Lei Áurea não foi a inclusão do negro na sociedade, até mesmo porque a grande maioria dos ex-cativos não possuía bens e tampouco capital. No caso dos gays, a considerar o andar da carruagem, o processo vai na mesma direção.

De que adianta pencas de boates, lojas, restaurantes e toda a sorte de comércio voltado para a comunidade GLS, se corro o risco de ser agredido apenas por abraçar meu namorado na rua? Não se compram respeito e dignidade com dinheiro.

Veja o caso dos Estados Unidos. Lá os gays podem tudo: dispõem de revistas, canais de tevê, lojas e até condomínios exclusivos. Desde que cada um no seu lugar; não há diversidade. Ademais, apenas alguns estados permitem a união homoafetiva e as agressões a homossexuais são, assim como no Brasil, bem comuns.

O fato de se alardear que os gays não formam família ou possuem maior poder aquisitivo, por exemplo, só reforça a idéia de que, no mundo capitalista, é importante apenas que as "bichas" sejam consumidores.

Ora, quer dizer, então, que um homossexual pode comprar um automóvel, mas não pode unir-se ao seu companheiro sob a égide da lei? Que tipo de cidadania é essa? Não quero isso pra mim, não.

Mais legal do que ter o último modelo da Prada é poder demonstrar meu afeto em público sem medo de ser xingado ou de apanhar; é ir com meu namorado ao parque do Ibirapuera em um domingo de sol e deitar na grama despreocupado, assim como o fazem os normais heterossexuais.

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