No último 8 de março, durante a manifestação em Gijón, na Espanha, a Assembleia Moza d’Asturies apresentou a figura da “Santina antifascista”, a Virgen de Queervadonga, como parte de sua luta pelo feminismo e contra o fascismo. No entanto, essa ação gerou controvérsias, levando a Hermandade de los Estudiantes de Oviedo a protocolar uma denúncia por crimes de ódio, alegando que a representação ofendeu a imagem da Virgen de Covadonga e promoveu hostilidade contra a população católica.
O Hermano Mayor da cofradía, Benigno Maújo, é conhecido por seus vínculos com manifestações de ideologias fascistas, como a promoção da exaltação da Divisão Azul. Ele e sua congregação consideram que a ação feminista não pode ser justificada como liberdade de expressão, afirmando que foi um ataque à fé católica.
A Assembleia Moza, por outro lado, defende que sua iniciativa foi uma reinterpretação cultural que visa empoderar símbolos da cultura asturiana, buscando torná-los acessíveis e relevantes para todos. Este não é um caso isolado, já que outras iniciativas feministas, como a “Gran Procesión del Santo Chumino Rebelde” em Málaga e o “Santíssimo Coño Insumiso” em Sevilha, também enfrentaram reações adversas de grupos conservadores e católicos ao tentarem reapropiar-se de ícones religiosos.
O clima polarizado em torno da manifestação do 8M em Gijón e as reações de grupos religiosos e de direita, como a denúncia por parte de “Abogados Cristianos”, evidenciam a tensão entre liberdade de expressão e sentimentos religiosos, além de refletir a luta contínua por direitos feministas e a presença da comunidade LGBTQ+ nas discussões sociais. A resposta da sociedade civil e do ativismo feminista continua a desafiar as normas estabelecidas e a buscar a inclusão de todas as vozes, especialmente as que buscam a equidade e a justiça social.
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