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Conversas amigas, pratos típicos e voo GLS dão o tom inicial do Congresso da ABGLT

Os funcionários da empresa aérea Gol que trabalharam hoje no voo 1202 com destino a Belém do Pará com escala em Brasilia puderam presenciar a diversidade no seu mais alto grau. No saguão do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek encontraram-se Lili Anderson, vice- presidente transexual da ABGLT; Lula Ramirez, do Grupo Corsa; Beto Sato, pela G Magazine; Rick Ferreira, do Instituto Edson Neris (IEN); Luis Mello, da Universidade Federal de Goiás; Vania, da Marcha Mundial das Mulheres; Alessandro Melchior, do GADA e o jornalista Helio Filho, pelo site Mix Brasil.

Ainda restavam mais 2h10 de viagem sobre as nuvens e a crise parece que bateu forte nas empresas aéreas. Foi oferecido aos passageiros salgadinhos sem sabor algum, suco de laranja e Pepsi sem gelo. A reclamação era geral, mas logo a comitiva estaria no hotel Beira Rio, que fica na Avenida Bernardo Saião na cidade universitária da Universidade Federal do Pará na extrema periferia da capital, e poderia matar a fome. Se a ideia era tirar a discussão LGBT dos grandes centros e levar para os cantos menos abastados do Brasil, a comissão organizadorda do Congresso da ABGLT, que acontece até a próxima terça-feira (21/04), acertou nesse primeiro passo.

Por volta das 13h45 o colorido voo da Gol chegava ao aeroporto de Belém. Lá já havia uma comitiva esperando pelas pessoas. O moço que segurava a placa reclamava: "meu Deus, estou aqui desde manha, não agüento mais".  O povo no geral estava cansado e com fome. Vania, da Marcha das Mulheres tambem se queixava. "Saí de casa às 3h da manha, estou morta de fome". Dessa maneira, certa parcela do grupo não quis esperar o ônibus da organização. "Vamos correr que a gente consegue o almoço ainda", explicava um ativista. A reportagem do A Capa, também cansada e faminta seguiu para o hotel dividindo um taxi.

Dentro do taxi começam a  serem notadas as características culturais de Belem. Milton, que dividia o taxi e veio com a comitiva de Brasília pergunta ao motorista: "moço, cadê o taxímetro?". No que o simpático motorista responde: "aqui a gente mede por bairro, quanto mais longe, mais caro". Faz sentido.  Ao escutar a conversa dos tripulantes o motorista avisa com certa ironia: "vocês sabem que do lado de vocês fica a nossa maior favela". Um dos meninos brinca: "Jesus, viemos pro fim do mundo pra ficar no fim dele". Fim do fim, entendeu?

Antes de nos deixar no hotel o nobre taxista fala que não podemos deixar de comer o Tacaca, comida típica da região vinda da cultura indígena. "É como passar pela Bahia e não comer acarajé", disse o condutor do taxi. No hotel todos preencheram uma ficha e tiveram que aguardar cerca de uma hora para conseguir quarto. O tempo foi aproveitado o almoço. Pouco restava da comida, mas o que tinha estava muito bem preparado. Destaque para o filé mignon.  Apesar do clima ser de pré-congresso as articulações já estão a flor da pele. Quem apoia quem, quantos votos você consegue. Processo normal de uma disputa por cargos.

Na mesa do almoço, o espaço foi compartilhado por Claudio Nascimento da Secretaria de Assistência Social do Rio de Janeiro, Toni Reis, presidente da ABGLT, Lula Ramirez, Paulo Mariante e outros. Nesse momento o tom da conversa era as especificidades do homem gay.  Depois de se debater o gênero, todos foram às sobremesas. Destaque para o pudim de chocolate.

Durante a tarde ocorreram alguns grupos temáticos pra debater gênero. Toni Reis brincava: "Mona, precisamos achar um bissexual. Só tem gay na discussão". A noite será realizado o encontro da juventude LGBT de todos os cantos do Brasil e os detalhes finais para o início do congresso também estão sendo resolvidos nesse momento. O grande comentário nas rodas de conversa é sobre a festa para a noite de amanhã, que marcaria a abertura do congresso. "Dizem que vai ser uma festa maravilhosa", disse um ativista animado de Manaus.

Por hora e isso, acompanhe a cobertura do III Congresso da ABGLT aqui pelo site A Capa.

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