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Coronel “linha dura” e contrário ao casamento gay deve assumir vaga de Clodovil na Câmara

Com a morte do deputado Clodovilo Hernandes (PR-SP), sua vaga na Câmara será assumida pelo coronel da reserva da Polícia Militar, Jairo Paes de Lira (PTC), de 55 anos. O coronel se define como "linha dura", conservador e a favor da pena da morte.

Para o suplente, a punição com a morte é um "remédio social". Em campanha, no ano de 2006, o coronel se declarou contra o aborto, pois "a vida começa na concepção". Inusitadamente, Jairo Paes é contra o casamento gay. Segundo ele, "a constituição é clara ao dizer que casamento é entre homem e mulher".

Sem constrangimento, o coronel se define como "conservador". Apesar dessa linha, Jairo disse em entrevista ao G1 que não teve atritos com Clodovil e o respeitava. Mas, fez uma ressalva, dizendo não concordar com o "modo de vida dele".

A vaga de Clodovil, no entanto, não deve ir tão facilmente para as mãos do PTC. Isso porque Sandro Mabel (GO), líder do PR na Câmara, afirmou hoje que o partido pode ir à Justiça eleitoral reivindicar a vaga que era ocupada pelo deputado.

O PR, entende que, como Tribunal Superior Eleitoral absolveu o estilista da acusação de infidelidade partidária, a vaga de suplente seria da legenda atual e não pela qual Clodovil se elegeu. 

Pêsames

Ontem, em nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP). Para Lula, Clodovil ficou conhecido "pelas ideias polêmicas que defendeu, principalmente em seus programas de televisão".

José Serra, governador do Estado de São Paulo também se manifestou sobre a morte do estilista. O tucano afirmou que "pessoalmente tinha um bom relacionamento com o estilista".

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), disse durante o velório de Clodovil que o deputado foi um democrata. “Ele deixou uma marca porque a polêmica também faz parte da democracia. Então, foi um democrata”, declarou o parlamentar ao G1.

Velório

O corpo de Clodovil chegou a São Paulo de Brasília na manhã de hoje. Seu velório teve início por volta do meio dia e segue até às 16h na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e é aberto ao público. O apresentador e deputado será enterrado no final da tarde de hoje no Cemitério do Morumbi.

Doação de órgãos

Um dos desejos do deputado não pode ser cumprido após seu falecimento. Em vida, Clodovil afirmava que gostaria que seus órgãos fossem doados. Apesar de aprovada por assessores e pelo Ministério Público – o estilista não tinha parentes – a doação não pode acontecer devido a quantidade de medicação utilizada desde que foi internado, na manhã da última segunda-feira (16/03).

Herança

O deputado deixou um testamento no qual pede que seus bens sejam transferidos para uma entidade beneficente. As informações são de sua advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz e foram publicadas no G1.

Segundo Maria Hebe, Clodovil não tinha nenhum bem atualmente e passava por dificuldades financeiras – do salário de R$ 16,5 mil, recebia R$ 7 mil líquidos por conta de empréstimo consignado em folha de pagamento.

O testamento do estilista prevê a criação da Fundação Izabel e de uma entidade para cuidar de meninas órfãs chamada Casa Clô. O dinheiro para a caridade viria de ações trabalhistas que o deputado moveu contra emissoras de televisão e que ainda aguardam decisão judicial. Por esses processos, Clodovil teria mais de R$ 1,6 milhão para receber.

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