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Corpo de Alexandre Ivo, assassinado por homofobia, é exumado para exame de DNA

O corpo de Alexandre Ivo, 14, foi exumado na tarde de ontem, quinta-feira (18), no Cemitério São Gonçalo (RJ). A exumação era uma reivindicação da família para que se faça um exame de DNA comparativo com o sangue que foi encontrado no carro dos suspeitos. No exame anterior, o sangue encontrado no carro foi compatível com o da mãe, mas deu negativo quando se comparou com o sangue do pai da vítima.

Na madrugada de domingo para segunda-feira (21/06), o adolescente Alexandre Ivo, 14, foi sequestrado por um grupo de jovens enquanto esperava o ônibus. A vítima foi espancada, torturada e asfixiada até a morte, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML). O crime aconteceu em São Gonçalo (RJ) e foi motivado por homofobia.

Na ocasião, a Justiça decretou a prisão dos suspeitos. São eles: Eric Boa Hora Bedruim, Alan Siqueira Freitas e André Luiz Cruz Souza, todos com 23 anos de idade. Os três suspeitos estão sendo acusados de praticar homicídio duplamente qualificado por motivo torpe. Porém, respondem ao processo em liberdade.

No dia 28 de setembro houve a primeira audiência do caso, onde foram escutadas as testemunhas de acusação e defesa. A segunda está marcada para o dia 7 de dezembro, no mesmo dia irá acontecer o segundo ato "Alexandre (V)Ivo", na porta do novo Fórum de São Gonçalo.

A mãe de Alexandre, Angélica Ivo, 38, conversou com a reportagem de A Capa a respeito da exumação do corpo e também comentou sobre os recentes casos de homofobia que aconteceram nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Como você recebeu a noticia da exumação do corpo de Alexandre?
Era uma reivindicação nossa. Mas, segundo o promotor, essa não é uma prova fundamental para este momento. Porém, com a exumação do corpo nós teremos os testes feitos diretamente com o sangue do Alexandre. Com a resposta, não tem mais como eles [os acusados] ficarem soltos.

Acredita que o exame fica pronto até o dia 07 de dezembro (data da segunda audiência)?
espero que sim. Com o corpo exumado, não tem motivo para eles demorarem. Nós vamos acionar os nossos amigos que tem nos ajudado e fazer pressão. desde o inicio tudo tem funcionado assim, na base da pressão.

Você acha que na época do assassinato a mídia não deu a devida importância e que só agora, por conta dos casos de homofobia em São Paulo e no Rio, é que a imprensa se volta ao caso?
Acho que não foi isso. Acontece que, na época do assassinato do Alexandre, teve também o caso da Eliza Samúdio e da Mercia, então isso diluiu o espaço. Agora, infelizmente por conta de outros casos homofóbicos é que a história do Ale volta. O crime dele foi mais brutal, ele era uma criança e foi homofobia de fato. Portanto, não acho que a mídia não tenha dado importância.

Acredita que a exposição do caso de Alexandre pode ajudar nos tramites do processo e também na criminalização da homofobia?
Com certeza. A gente saiu abafado depois das eleições. Agora, por conta dos fatos [recentes ataques homofóbicos], a realidade surgiu nua e crua. Quanto mais se fala, as pessoas vão entender o que é homofobia e vão se dar conta que, independente de sua orientação sexual, elas também podem ser vítimas de homofobia.

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