Os cortes na ajuda humanitária dos Estados Unidos, especialmente através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), estão impactando severamente a comunidade LGBTQIA+ em Uganda, onde ser gay é punível com morte. Desde a assinatura de uma ordem executiva pelo presidente Donald Trump, que resultou em demissões em massa e na suspensão de serviços essenciais, a situação se agravou. Organizações que antes ofereciam suporte, como medicamentos para HIV e abrigo, agora enfrentam sérias dificuldades financeiras e operacionais. Andrea Minaj Casablanca, uma conselheira de ONGs, relata um aumento alarmante de pedidos de ajuda desesperada, com pessoas buscando não apenas medicamentos, mas também abrigo e apoio psicológico.
A repressão contra a comunidade LGBTQIA+ em Uganda já era uma realidade, mas o cenário se tornou ainda mais sombrio após a sanção de uma lei em 2023 que prevê penas severas para relações homoafetivas. Ativistas destacam que a falta de financiamento está levando a um aumento da violência e da discriminação, além de uma escassez de suprimentos médicos. Com os cortes da USAID, abrigos e programas de saúde estão sendo fechados, e muitos membros da comunidade LGBTQIA+ estão enfrentando risco de vida.
Richard Lusimbo, de uma ONG que promove direitos LGBTQIA+, expressa sua preocupação, afirmando que esses cortes representam um divisor de águas que pode reverter anos de progresso em direitos humanos e saúde. A situação é ainda mais crítica para aqueles que vivem em áreas rurais, onde o acesso a serviços de saúde e segurança é limitado.
A perda de apoio financeiro dos EUA também impacta a educação sobre sexo seguro, expondo a população a infecções pelo HIV. Com a assistência humanitária dos EUA, que totaliza mais de US$ 970 milhões anuais, sendo cortada drasticamente, a saúde e segurança de todos na região estão em risco. Como diz Lusimbo, ‘vivemos em uma aldeia global’, e a saúde de todos deve ser uma prioridade, independentemente da orientação sexual. A luta pela sobrevivência da comunidade LGBTQIA+ em Uganda continua, em um cenário de crescente opressão e necessidade urgente de apoio internacional.
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