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“Cresci ouvindo que ser gay era errado”, diz Ricky Martin em encontro sobre homofobia na ONU

Nessa última terça (11) foi realizado na sede das Organizações das Nações Unidas, em Nova York, um evento especial sobre a luta contra a homofobia.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, recebeu o cantor Ricky Martin e a cantora Yvonne Chaka Chaka.

“Deixe-me dizer isso alto e claramente: pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros têm direito aos mesmos direitos que todos os outros”, disse Ban. O secretário afirmou ainda que quando fala com líderes sobre a necessidade de igualdade para pessoas LGBT, muitos dizem que gostariam de poder fazer mais, porém, apontam para a opinião pública como uma barreira ao progresso.

“Eu entendo que pode ser difícil de se levantar contra a opinião pública. Mas só porque a maioria pode desaprovar determinados indivíduos, não se dá direito ao Estado de barrar os direitos básicos desses indivíduos. A democracia é mais do que a regra da maioria. Ela exige a defesa das minorias vulneráveis contra as maiorias hostis”, declarou.

Ricky Martin descreveu a sua saída do armário como um momento de libertação. “Por anos, vivi com medo. Vivi com medo porque eu odiava a mim mesmo. A razão? Eu cresci ouvindo um conceito errado: ‘Você é gay. Você pertence ao inferno”, disse o cantor, que agradeceu a Ban Ki-moon pela abertura que tem dado à cidadania LGBT nas Nações Unidas.

A cantora sul-africana Yvonne Chaka Chaka, que nasceu sob o apartheid, disse que a luta contra a homofobia não é diferente das lutas contra o racismo e o sexismo. “Nós não estamos pedindo direitos especiais”, completou Ricky Martin na reunião. “Nós só estamos pedindo os mesmos direitos”.

Em dezembro de 2011, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) publicou o primeiro relatório oficial da ONU sobre violência e discriminação contra a população LGBT. O relatório indicou que mais de 76 países ainda criminalizam os relacionamentos de pessoas do mesmo sexo.

Em 2005, quando a primeira declaração conjunta sobre a orientação sexual dos direitos humanos e identidade de gênero foi proposta na então Comissão dos Direitos Humanos, apenas 32 Estados assinaram. Em 2011, esse número havia crescido para 85.

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