Médicos sul-africanos apresentaram na manhã desta segunda-feira, 24, durante conferência da Sociedade Internacional de Aids (IAS – sigle em inglês), em Paris, um estudo feito com uma criança nascida com o vírus HIV, que está há oito anos e meio sem fazer uso dos medicamentos antirretrovirais. A paciente, que ‘herdou’ o vírus da mãe através da infecção congênita, iniciou a medicação após o parto e parou em seguida. Para os profissionais da área de saúde responsáveis pelo caso, essa é mais uma evidência de que o tratamento precoce pode, ocasionalmente, causar uma longa remissão que, se durar, seria uma forma de cura. “Para nosso conhecimento, este é o primeiro caso sustentado de controle virológico de um ensaio clínico aleatório de interrupção de medicamentos após o tratamento precoce de bebês”, informou um resumo da pesquisa apresentada na conferência. Contudo, alguns médicos salientam que se trata de um caso raro e que isso não representa uma cura, apenas aponta que essa possibilidade está mais próxima. O tratamento para suprimir o vírus é hoje uma das principais alternativas para combater o crescimento do HIV e combater a doença. De acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para combater HIV/Aids, dos mais de 37 milhões infectadas pelo vírus no mundo, aproximadamente 19,5 milhões estão sob tratamento. Quando o portador do HIV está sob tratamento, fica mais fácil para manter o vírus controlado, baixando a carga viral a nível de indetectável. Nesse estágio, a transmissão do agente causador da Aids é praticamente nula, de acordo com pesquisas médicas. “(O caso da menina) aumento uma interessante noção de que o tratamento não precisa ser feito durante toda a vida. No entanto, é claramente um fenômeno raro”, afirma o texto. Com isso, a paciente sul-africana se torna o terceiro caso em que uma criança conseguiu uma remissão duradoura, mantendo o vírus suprimido por mais de dois anos sem medicamentos antirretrovirais. Com informações da Agência AFP
