A comunidade trans nos Estados Unidos enfrenta uma crise alarmante de violência e discriminação, exacerbada por recentes políticas do governo Trump. De acordo com um relatório da Human Rights Campaign, pelo menos 36 pessoas trans foram assassinadas no último ano, com a maioria das vítimas sendo negras. Esse cenário de violência tem se intensificado desde 2013 e tem gerado uma onda de novas legislações que visam restringir os direitos das pessoas trans.
Desde 2022, mais de 550 projetos de lei anti-LGBTQIA+ foram apresentados em várias assembleias legislativas estaduais, dos quais mais de 130 focam na assistência médica e na restrição de acesso a tratamentos de afirmação de gênero, especialmente para menores. Em janeiro de 2025, Trump assinou um decreto que reconhece apenas os gêneros binários, excluindo a categoria ‘X’ dos documentos federais e cortando o financiamento para cuidados de saúde de afirmação de gênero, o que aumenta a insegurança e o temor na comunidade trans.
Celebridades como a atriz Hunter Schafer também estão enfrentando os efeitos dessas políticas. Em fevereiro de 2025, Schafer relatou ter recebido um passaporte com o gênero masculino, apesar de ter solicitado o feminino, resultado do novo decreto que ignora identidades não binárias. A ex-atleta Caitlyn Jenner, que inicialmente apoiou Trump, agora critica suas políticas anti-trans, expressando sua decepção por promessas não cumpridas de proteção para a comunidade LGBTQ+.
Um caso emblemático é o de Frank Zamora, um ex-funcionário da Texas Real Estate Commission, que foi demitido por se recusar a remover pronomes de sua assinatura de e-mail, uma exigência imposta por um decreto do governador Greg Abbott que busca reconhecer apenas dois gêneros. Zamora, que se identifica como homem e é defensor dos direitos LGBTQIA+, afirmou que essa política nega a existência das pessoas trans.
Apesar das adversidades, a comunidade trans não se rende. Organizações como a TransLatina Coalition estão ajudando a oferecer suporte legal, abrigo e oportunidades de emprego para pessoas trans e não binárias. Ativistas como Bamby Salcedo desempenham um papel crucial na promoção da inclusão e segurança dessa comunidade. Além disso, iniciativas como Genderbands e Gender Justice LA estão fornecendo suporte vital para cuidados médicos e tratamento de afirmação de gênero, enquanto lutam contra a violência e a discriminação legislativa.
No cenário global, a situação também é preocupante. Recentemente, a sede da Arcigay Catania, na Itália, foi vandalizada com mensagens fascistas, refletindo um clima de hostilidade contra a comunidade LGBTQIA+. A presidente da associação destacou a necessidade de unidade e resistência contra o ódio e a opressão.
A luta pela igualdade e pelos direitos das pessoas trans continua, e é essencial que a sociedade se una para apoiar e proteger essa comunidade vital, que sempre existiu e sempre existirá, independentemente das tentativas de apagamento.
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