in

Cristo Redentor é palco de ato contra homofobia no dia do Orgulho Gay

O dia mundial do Orgulho Gay, que este ano celebra também os 40 anos de Stonewall, foi marcado por um protesto no Cristo Redentor, na manhã de ontem, no Rio. O evento, que faz parte da divulgação da Campanha Não Homofobia!, foi organizado pelo grupo Arco-Íris, contou com a o apoio de cerca de 70 pessoas de diversas entidades, como o Movimento Dellas, o Grupo 28 de junho, a Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, e o grupo da Baixada Fluminense AGANIM. Os manifestantes carregavam vasos com girassóis que seriam deixados aos pés do Cristo.

O ato teve início por volta de 12h20 na escadaria que dá vista ao Pão de Açúcar. O discurso foi aberto pelo ativista Claudio Nascimento, que explicou do que se tratava o PLC 122/06 – que criminaliza a homofobia -, ressaltando que sua aprovação estava emperrada no Congresso. "As estatísticas apontam para uma situação séria de barbárie. Foram três mil homossexuais assassinados nos últimos 10 anos. Pesquisas apontam que mais de 70% dos homossexuais já sofreram algum tipo de discriminação em relação à sua sexualidade (…) nada melhor do que fazer essa reivindicação aos pés do Cristo", enfatizou Nascimento. 

Quem discursou também foi a presidente do grupo Arco-Íris Gilza Rodrigues, seguida de representantes do AGANIM e do Movimento Dellas. O fim do evento foi marcado pela música "Blues da Piedade", de Cazuza e Frejat, e pelo grito de ordem "Brasil, Brasil sem homofobia". Foram distribuídos também panfletos informativos sobre o PLC 122/06.

A manifestação durou aproximadamente 15 minutos. Milhares de pessoas olhavam curiosas a movimentação. Alguns turistas pararam para prestar atenção e aplaudiram a causa. Um helicóptero da TV Globo sobrevoava o local. O reverendo Márcio Retamero, da Comunidade Betel e colunista de A Capa, esteve presente. Ele comparou a homofobia a um câncer que precisa ser expulso da sociedade e frisou que "a homofobia religiosa é a mãe das homofobias". "É pelo discurso contundente, agressivo, excludentes das igrejas que os homossexuais têm morrido, se matado, sido excluídos. Estamos aqui para declarar que Deus ama todos e que devemos ter igualdade de direitos", declarou o religioso.

"Infelizmente ainda temos os direitos desrespeitados em muito países, está na hora de questionar o que a gente avançou nesses quarenta anos e até procurar tribunais internacionais de direitos humanos. Vemos um crescente da homofobia e o Estado brasileiro assiste isso de braços cruzados", declarou o estilista Carlos Tufvesson, que também participou do ato.

A travesti Jane Di Castro, que junto com o ator-transformista Lorna Washington puxou coro para "Blues da Piedade", também deu seu depoimento sobre a importância do evento. "Eu faço a minha parte e cada um tem que fazer a sua. Esse movimento é importante porque alerta as pessoas que não sabem e as que fingem", disse Jane, que todos os anos faz a abertura da Parada do Rio cantando o hino nacional.

Esta é a segunda vez que o grupo faz uma reivindicação num dos maiores cartões postais do mundo, o Cristo. O primeiro ato ocorreu em 2007 na mesma data. "Esperamos que a homofobia seja criminalizada dessa vez. Caso contrário, na próxima manifestação, colocaremos um leque gigante nas mãos do Cristo", brincou um dos participantes.

Jornal elege os 101 gays mais influentes do Reino Unido

Em celebração do orgulho, Conlutas propõe mudança no formato da Parada