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Curta polêmico aborda contágio de HIV e promiscuidade no mundo gay; Veja vídeo

A palavra Organdi no nordeste significa um tecido ordinário, vagabundo. A produção do curta ‘De Organdi’, que já pode ser vista no You Tube, usa este nome em "referência ao fato do homem se guiar pelo tesão e não se preocupar com a prevenção", conta o diretor Jefferson Cardoso.

Lançado em 2007, De Organdi é polêmico. A começar por como Jefferson percebeu que devia conscientizar a comunidade LGBT. "Fui a uma balada gay e vi coisas que me assustaram. E não adianta me falarem que é a mesma coisa numa boate hétero. Nenhuma balada hétero tem dark room", declara.

O filme usa de metáforas, algumas vezes excessivas, mas expressa a temática da infecção pelo vírus da AIDS. O texto de Jefferson é baseado no conto Flores de Organdi, de Aramyz, e mostra uma visão surrealista, onde o absurdo faz parte do cotidiano.

Numa noite fria, um jovem compromissado sente um desejo e se masturba, como não se alivia, decide sair à procura de sexo. Nessa "escapada", ele adquire o HIV e o transmite para seu namorado. Algumas cenas do filme se mostram moralistas e até preconceituosas, como quando o jovem está deitado no hospital e ouve de seu namorado: "Você não se dá valor. Vai acabar ficando sozinho". 

Já o fim, é marcante em seu simbolismo. O casal de homens está nu. Os dois permancem abraçados, envolvidos por sangue.

Apesar de ter gasto apenas 1 dia para escrever e 2 dias para gravar, esse é um dos trabalhos que Jefferson mais gosta.

O diretor produziu também outros curtas gays como ‘Goodbye Norma’, que participou no ano passado do 15º Festival Mix Brasil. A história gira em torno de um romance entre um jovem ator que busca a fama e um diretor de cinema de meia idade. Atormentado pela falta de amor, o diretor começa a confundir sua vida com cenas de velhos filmes em preto e branco. 

Jefferson é autor também de outras duas produções: ‘Apocalipse 16, 15’, que fala sobre o golpe "boa noite cinderela" e ‘Desencontros – o monólogo da vida’, sobre o casamento e a delicada relação entre homem e mulher na comtemporâneidade.

 Assista ao vídeo ‘De Organdi’ e confira as fotos do curta. 

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