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Da máquina de escrever ao Google Docs

Eu nunca sentei a frente de uma máquina de escrever. Minha única memória de um momento pré-popularização da tecnologia é eu brincando de supermercado e usando uma calculadora de bobina da minha mãe como máquinha registradora. Adorava! Colocava uma mesinha na dispensa e falava que lá era meu supermercado. Registrava pencas de compras e quando minha mãe ia dar conta eu tinha acabado com todas as bobinas dela.

Mas tenho amigos jornalistas que tiveram contato com máquina de escrever. Amigos da minha idade que chegaram, na adolescência, a fazer curso da datilografia, digitação. Eu, na informática, comecei cedo. Com 11 anos – isso em 95 – fiz meu primeiro curso. Era Word, Excel for Dos. Nada de botões, era tudo manual. Fórmulas do Excel? Todas na mão. A3+B3/C4*D7. Linhas? Eu fazia com os pontos e hífens as tabelas. Ficava bem bonitinho.

Mas esse tempo já foi e com ele o tempo em que escrevia-se com as antigas máquinas de escrever, se é que nos anos 90 alguém ainda usava. Fico imaginando como era frustrante você não poder corrigir um texto com a flexibilidade de hoje, já que o tempo era curto e o trabalho enorme de reescrever tudo. Hoje, os erros de digitação podem ser corrigidos a qualquer tempo e toda vez que você lê um texto encontra uma forma melhor de escrever suas opiniões. Melhorando o texto até que ele seja realmente publicado, ou no caso do online, para sempre! Nos princípio do jornalismo isso era impossível.

Mas hoje é possível escrever, ler e refazer um texto dezenas de vezes, até ele ficar como queremos e as vezes até depois de publicado da para trocar uma ou outra frase, incluir uma legenda, explicar uma sigla. Mas trabalhando em uma redação offline ainda é muito usado o bom e velho e-mail com anexo para enviar os documentos para o editor do jornal ou da revista. Sem dúvida é um avanço e tanto, posto que você pode estar no Japão e seu editor no Brasil. Mas e o problema de versão?

Não são todos os editores que tem o cuidado e o carinho de enviar para o jornalista o texto editado – meu amigo João Marinho me manda todos. Por isso uma solução muito inteligente é usar os editores de texto online. Tenho usado o Google Docs, que além de editor de texto tem planilhas e apresentações. O resultado é ótimo, mas por enquanto uso só comigo mesmo, mas vamos pensar:

Imagine uma redação que concentra todos os textos no Google Docs. De qualquer computador ligado à internet os jornalistas terão acesso para ver, editar, melhorar, mantendo online sempre a última e única versão do arquivo. Isso sem dúvida reduz os problemas de versão de texto, agiliza o processo, ficam disponíveis para consulta a qualquer tempo e de qualquer lugar e ainda economiza espaço no computador. Ok! Texto não ocupa quase nada, eu sei, nem é por isso, mais pela praticidade. E ainda resolve a vida do carinha de TI quando tem que migrar máquina e se o computador pifar, não tem stress!

Por isso que a partir de hoje começarei uma campanha pró documentos online entre meus amigos e colegas de trabalho. Quem sabe daqui um tempo acaba essa coisa de doc no pc e vai tudo para web. Mais prático, organizado e inteligente. Também vou fazer campanha para o uso do protocolo IMAP de e-mail, mas este explico num outro dia.

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