Drag queen fala sobre custos, vulnerabilidade e amizades em reality shows, inspirando a comunidade LGBTQIA+
Danny Beard, vencedor da quarta temporada do RuPaul’s Drag Race UK, surpreendeu o público ao revelar detalhes inéditos sobre sua participação no Celebrity Big Brother e no próprio Drag Race. Em entrevista exclusiva, o artista compartilhou os desafios enfrentados, as lições aprendidas e a importância de mostrar sua vulnerabilidade, inspirando a comunidade LGBTQIA+.
Um choque luminoso na casa do Big Brother
Apesar de ser um fã assíduo de Big Brother, Danny confessou ter sido pego de surpresa por um aspecto inesperado no reality show: a iluminação intensa da casa. “Eu não esperava que fosse tão brilhante, era até agressivo”, brincou. Para ele, a luz excessiva parecia até “homofóbica”, comparando com a experiência de visitar um primo heterossexual que só usa luzes fortes.
Essa situação o fez valorizar ainda mais seu ambiente pessoal, onde prefere a luz de velas e a atmosfera aconchegante de sua “batcaverna”. Essa revelação mostra como o conforto e a autenticidade são essenciais para artistas LGBTQIA+, especialmente fora dos palcos e câmeras.
Os custos invisíveis do glamour
Outro ponto revelado por Danny foi o alto investimento financeiro necessário para competir em RuPaul’s Drag Race UK. Diferente da versão americana, o programa da BBC não oferece prêmios em dinheiro ou patrocínios, e muitos participantes acabam arcando com custos altíssimos. Danny revelou que gastou aproximadamente £25 mil apenas em figurinos e acessórios para as competições.
Apesar disso, ele deixou claro que não se arrepende da experiência e reconhece o valor da plataforma para sua carreira, mas espera que em futuras oportunidades possa ser remunerado pelo seu trabalho ao invés de arcar com as despesas.
Vulnerabilidade como força e conexões inesperadas
No Celebrity Big Brother, Danny optou por participar fora do seu personagem drag, mostrando sua essência como Daniel Curtis. Essa escolha emocionou o público, especialmente quando ele se abriu sobre aceitação e amor próprio além do palco.
Durante o confinamento, Danny também fez amizades inusitadas, como com o ex-deputado conservador Michael Fabricant, com quem compartilhou experiências e reflexões sobre identidade e legado dentro da comunidade LGBTQIA+. Esse encontro reforça a importância do diálogo e da empatia para a construção de pontes.
Superando preconceitos e construindo apoio
Danny abordou também momentos delicados dentro da casa, como a convivência com o ator Mickey Rourke, que foi expulso após comportamentos homofóbicos. Mesmo discordando das atitudes de Mickey, Danny mostrou compaixão e tentou ajudá-lo a compreender o impacto de suas palavras, demonstrando uma postura madura e acolhedora.
Além disso, o artista destacou sua atuação como mentor informal para jovens que estão em processo de descoberta de gênero e sexualidade, reforçando a rede de apoio que a comunidade drag pode oferecer.
Projetos futuros e legado
O sonho de Danny é comandar um programa de variedades nas noites de sexta-feira, onde possa integrar suas duas personas, drag e fora dela, em um show que una música, humor e convidados especiais. Inspirado por ícones como Lily Savage e Paul O’Grady, ele deseja mostrar que é possível viver múltiplas versões de si mesmo com autenticidade.
Emocionado, Danny refletiu sobre o legado que quer deixar, especialmente após a perda do amigo e colega drag The Vivienne. Ele enfatizou a importância de celebrar quem somos enquanto estamos vivos, espalhando alegria e conexão através da arte e do entretenimento.
Com sua sinceridade, coragem e talento, Danny Beard se destaca não só como entertainer, mas como um exemplo de representatividade e resistência para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil e no mundo.
