Queridas dykes,
Ai, meninas, eu adoro estréias!!!! Algumas de vocês já me conhecem do nosso amado Querida Bolacha (www.queridabolacha.blogspot.com). Mas sabem como é, né? Eu sou muito farta, muito espaçosa. O blog já estava ficando apertado demais para a Bárbara Sandiego.
Aqui eu posso me esticar, falar alto. Vou aqui no Sapping, volto. Entro no Teta com Teta, depois leio umas notícias lésbicas, e ainda posso fazer compras no shopping. Acho bárbaro.
Sério, deixa eu falar uma coisa: quando alguém fala de estréias, eu sempre me lembro da primeira vez que eu tive uma aproximação in loco com o mundo lésbico. Eu me considerava uma “hetero descolada”, mas na verdade muita gente já percebia que era uma lesbo to be. Era madrugada e chovia.
Pois não é assim que se começam essas narrativas?
Eu gostaria de romantizar esse momento tão especial, mas a verdade é que era dia, numa sexta-feira como hoje, e uma dyke, muito muito dyke mesmo, estava me assediando. Eu estava gostando daquela história. Ela (finalmente) me convidou para tomarmos uma cervejinha amiga, depois da aula.
Demorô, né? Certos convites não se recusam. E eu, como já disse, era uma lesbo to be.
Ela usava tênis, sabem? Eu quase não reparo, mas neste dia, ela estava com uma camisa assim, básica, sabem? No centro dessa camisa, uma foto da cantora Ana Carolina… Sabem?? “Tudo bem”, pensei. Eu também tinha uma camisa de Legião Urbana na adolescência. O boné dela…O boné com a marquinha da Mercedes Benz dela era um acessório tão másculo e característico de certas dykes quanto totalmente irrelevante para mim.
Era minha estréia.
O fato é que, em pouco tempo o bar foi “invadido” por dykes com esta mesmíssima camisa básica da foto da Ana Carolina. Era como uma nuvem de gafanhotos, arrasando uma plantação. Dykes, dykes, dykes. Dykes e mais dykes fãs de Ana Carolina se reuniam para o Primeiro Encontro do Fã Clube Papel Fuleiro.
Gente essa entidade existe mesmo.
Bom, foi uma overdose dyke, entre hits anacarolinianos e meu flerte com a fã em questão. Mas eu acho que finalmente a cidadã entendeu que era muita informação de uma vez só. E como eu era confusa, pulou fora. Mas aí ela me receitou uma boate gay ótima, que eu freqüento até hoje.
Resumindo, a partir da minha estréia no encontro do fã clube da Ana Carolina, eu descobri o prazer de uma direção masculina, ao cortejar mulheres. Eu já disse isso antes, eu sempre tive elementos másculos em mim. Aliás, meu lado másculo fez grandes progressos, como achar o rímel irrelevante e quase nunca fazer as unhas. E ser feliz com tal negligência!
Queridas dykes, nesse momento de euforia pela minha estréia aqui nesse site tão querido, só tem uma música que expressa o que eu estou sentindo. Para ver e ouvir é só clicar no player lá em cima!