A recente decisão do afoxé Filhos de Gandhy, que determina que apenas homens cis poderão desfilar neste ano, gerou uma onda de indignação na comunidade LGBTQIA+. A associação, que historicamente se posicionou como inclusiva, agora se vê sob críticas intensas, especialmente nas vésperas do Carnaval. O comunicado foi distribuído junto com o kit de fantasia, informando que a venda de passaportes seria restrita a homens cisgêneros, o que é visto como um retrocesso e uma forma de transfobia.
Jânio de Carvalho, diretor do bloco, havia afirmado em 2020 que o afoxé não tinha preconceito em relação aos homossexuais. No entanto, a nova regra contradiz essa afirmação, deixando muitos membros da comunidade LGBTQIA+ se sentindo excluídos. O antropólogo Marlon Marcos criticou a decisão, chamando-a de um apartheid que deslegitima as identidades das pessoas transmasculinas. Para ele, esta posição não só é um retrocesso, mas também uma incoerência, já que o afoxé sempre se apresentou como um espaço acolhedor.
Bruno Santana, especialista em gênero e direitos humanos, também se manifestou contra a determinação, enfatizando a importância de reconhecer e respeitar as identidades trans. O afoxé Filhos de Gandhy, que tem uma rica história de inclusão e diversidade, agora enfrenta um dilema que pode afetar sua imagem e o apoio que sempre recebeu da comunidade LGBTQIA+. É crucial que a associação reavalie suas diretrizes para garantir que todos se sintam bem-vindos e respeitados durante as festividades de Carnaval, um momento que deveria celebrar a diversidade em todas as suas formas.
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