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Declínio dos direitos LGBTQ+ no Reino Unido: um chamado urgente à reflexão

Reino Unido despenca no ranking europeu de direitos LGBTQ+; luta e solidariedade ganham força diante dos retrocessos
Declínio dos direitos LGBTQ+ no Reino Unido: um chamado urgente à reflexão

Reino Unido despenca no ranking europeu de direitos LGBTQ+; luta e solidariedade ganham força diante dos retrocessos

O Reino Unido acaba de registrar sua pior colocação histórica no “rainbow map”, o ranking anual da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex (ILGA) que avalia os países europeus segundo leis e políticas que impactam a população LGBTQ+. Esse recuo expressivo revela uma dura realidade: as conquistas legislativas recentes não garantem proteção ou respeito contínuo para a comunidade, especialmente para pessoas trans.

Retrocesso legal e político

O ponto de inflexão foi a decisão da Suprema Corte britânica que definiu “sexo” na Lei da Igualdade de 2010 estritamente como “sexo biológico”, revendo direitos trans e validando discursos que negam suas identidades. Políticos de alto escalão rapidamente aderiram a essa interpretação restritiva, deixando claro que a defesa dos direitos trans não está mais no topo da agenda oficial. Enquanto isso, na Escócia, planos para banir a terapia de conversão foram abandonados, evidenciando a crise de vontade política.

Esse cenário tem consequências reais: o acesso ao cuidado médico para pessoas trans foi severamente prejudicado, com a proibição indefinida do uso de bloqueadores de puberdade para jovens trans. A dolorosa história de Alice Litman, uma jovem trans de 20 anos que passou quase três anos aguardando atendimento e terminou tirando sua própria vida, simboliza as falhas dessa negligência.

O mito da liderança progressista

Em 2015, o Reino Unido ocupava o primeiro lugar no rainbow map, celebrando avanços como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e propostas para facilitar a alteração legal de gênero. Porém, mesmo naquele período, práticas abusivas em processos de asilo LGBTQ+ denunciavam uma realidade desigual e seletiva. A queda atual mostra o fim da ilusão de que o país era um modelo incontestável de direitos LGBTQ+ na Europa.

Para a comunidade, essa perda de posição no ranking é um convite a abandonar a complacência e encarar os desafios concretos que persistem, principalmente para pessoas trans e refugiadas LGBTQ+. A luta deixa de ser apenas legal e se torna também social e política, exigindo novas estratégias e solidariedade real entre as pessoas LGBTQ+.

Resistência e solidariedade comunitária

Diante dos retrocessos e da ausência das instituições, a resposta tem vindo das próprias comunidades. Eventos como o Pride em cidades como Londres, Manchester, Birmingham e Brighton decidiram banir partidos políticos para focar na união e na celebração autêntica da diversidade, evitando instrumentalizações partidárias que só dividem e enfraquecem a luta.

O futuro dos direitos LGBTQ+ no Reino Unido depende da ação coletiva, da pressão constante por mudanças na saúde pública, no sistema de asilo e na legislação. A Campanha por Alice, liderada pela família da jovem trans que perdeu a vida, é um exemplo de mobilização que exige investimentos urgentes para garantir atendimento digno e reduzir o sofrimento.

Que esse momento difícil sirva não só como alerta, mas também fortaleça o compromisso de todas e todos nós com uma luta diária, interseccional e inclusiva, para que direitos não sejam apenas conquistas no papel, mas realidades vividas e respeitadas.

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