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Demanda

Nós todos ficamos tristes com o cancelamento do cruzeiro Vanity, mesmo tendo preferencia pelo Freedom, devido parceria e amizade de bastante tempo, mas para o mercado. Ter dois cruzeiros seria um grande avanço.

Nós analisamos vários pontos. Foram vários erros da produção, entre eles: baixo investimento em mídia – A mídia gay é pequena, são poucos os veículos, e mesmo assim a produção não contratou quase nenhum. E, depois o principal: elitizaram e criaram um conceito muito forte. Um cruzeiro já é caro, tem que ter duas mil pessoas pagando R$ 1.500, pelo menos. É impossível escolher só uma fatia da comunidade pra atingir.

Veja, aqui nos Estados Unidos (estou de férias), onde as pessoas têm um poder de compra muito maior que o Brasil, além da população também ser maior, eles não tem um cruzeiro gay segmentado só para as supostas beeshas phenas que ouvem só conceituado house music. Aqui, tem companhia de cruzeiro com 21 anos de existência. E olha que eles fazem de 6 a 8 cruzeiros por ano, todos os cruzeiros são completamente diversificados, tem drag queem dublando, coral de senhores gays, piano, humor, e claro, tem também os top djs.

Esse conceito que eles querem criar talvez só venha depois que um cruzeiro popular e diversificado estiver muito estabelecido. O Freedom, que já é um sucesso inegável, ainda não tem um estilo muito bem definido. Ele já foi mais festeiro, mais popular, já teve mais lesbica. O publico ainda esta definindo que forma ele vai ter.

Mas mesmo que o novo cruzeiro conseguisse contemplar diversos segmentos da comunidade gay, agradasse barbies e adoradores de drag music, e ainda investisse em todos os meios de publicidade gay, eu ainda não acredito que haja demanda no mercado. Cruzeiro temático ainda é muito caro no Brasil, na gringa o preço não muda tanto, mas  tem 7 ou 9 dias. Imagine pagar caro por uma viagem, e ela durar apenas 3 ou 4 dias. Por isso eu acho difícil dar certo para um segundo cruzeiro. No caso do Freedom, além de muito competentes, eles tem apoio amplo da mídia, uma radio e excelente administração. O sucesso é garantido.

Fazendo um paralelo com a Argentina, país que domina meus pensamentos nos últimos meses, lá, também um cruzeiro gay que foi cancelado recente. As atrações eram de peso, e até diversificadas, porém, a moeda deles está muito desvalorizda, um cruzeiro pra eles custa o dobro do que pra nós. Lá, na Argentina, segundo pequena pesquisa, nenhum grupo de comunicação gay conseguiu sair do home office, aqui no Brasil dá pra contar nos dedos, mas já temos alguns estabelecidos.

Essa demanda é fator importante de qualquer negocio. Todo empresário sabe o que seu publico quer, e sabe como dar mais, mas como regra pra existência, é necessário entender se o investimento é viável. Veja por exemplo jornalismo: Na internet, ainda não se tem um modelo de negocio viável. Os grandes portais até sobrevivem, mas com vários negócios paralelos (g1, uol, ig,…). Eu mesmo me apaixonei por jornalismo, e se pudesse, teria uma central maior do que a da Globo, mas já percebi que os leitores e anunciantes não estão dispostos a pagar por isso, por maior ou melhor que seja o serviço oferecido. É a tal demanda.

Veja só, o Twitter, que é uma das maiores redes de informação do planeta, ainda não tem um modelo de negócios rentável. Ele funciona porque gera uma especulação enorme, poder de influencia e por ter custos baixos de funcionamento, pela proporção do negocio. Será que algum dia nós encontraremos modelo de negocio pro Twitter e para o jornalismo na internet? 

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