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Denúncia: Homens se reúnem para passar HIV propositalmente

Um grupo de homens soropositivos tem se reunido em grupos e páginas na internet para um crime: infectar parceiros sexuais com o vírus HIV propositalmente. É o que denunciou o jornal O Estado de São Paulo de domingo (22).

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Segundo a publicação, o grupo chamado de "clube do carimbo" dão dicas e táticas para fazer sexo sem proteção ou furar a camisinha para infectar o parceiro. E incentiva a prática, sobretudo de quem curte a modalidade bareback.

Em uma delas, que foi removida após a postagem viralizar na internet, o moderador escreve: "Todo macho recém-convertido ao bare, lá no fundo, quer ser carimbado para ser convertido para o nosso lado, para o bare vitaminado". Na linguagem, ser "carimbado" é se infectar. E "vitaminado" é ser soropositivo.

Em outro blog, M.M.B. de 26 anos, diz que: "Não fez ainda? Faça! Pois é bem provável que já tenham feito com você". Mas garante em entrevista ao jornal que não faz parte do grupo que infectam. "Não vou ser hipócrita e dizer que não curto (sexo sem camisinha). Curto, sim, assim como a maioria curte. Nunca faço sexo com camisinha e postei as dicas por que a galera gosta e sente fetiche".

Segundo Valéria Antakly de Mello, coordenadora da equipe de psiquiatria do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, de São Paulo, quem transmite propositalmente HIV ao parceiro sexual ou se expõe ao risco de contaminação de forma consciente tem algum transtorno psiquiátrico.

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"Embora sejam caros raros, há pessoas que, por revolta por terem sido contaminadas, querem que outros também peguem o vírus. Ou então tem medo da reação do parceiro se ele souber da condição do outro e acabam passando a doença para que pareça que os dois descobriram juntos. Nestes casos, existe um traço perverso, de psicopatia", afirma.

Valéria também diz que os que participam de festas bareback, sabendo das possibilidades de se contaminar, também pode ter problemas psiquiatros. "Há os que têm uma espécie de compulsão e sentem prazer ao correr riscos. E aqueles que buscam, ao se infectar, pertencer a um grupo, conhecer pessoas e participar de ONGS do tema. Por fim, existem os que sentem que seu comportamento de risco vai acabar provocando a contaminação algum dia e preferem se infectar logo".

A pena para quem transmite o vírus sem o consentimento do parceiro é de até 4 quatros de prisão, segundo o artigo 130 do Código Penal.

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