Em uma revelação perturbadora, veio à tona a morte trágica do conscripto Franco Vargas, de 19 anos, durante um exercício militar no Chile. O incidente, que ocorreu em 27 de abril de 2024, foi marcado por abusos verbais com conotações homofóbicas proferidas por um coronel, conforme relatado por colegas da vítima e o advogado da família, Sebastián Andrade. Esta situação lançou luz sobre a persistente homofobia dentro das instituições militares do país e precipitou uma resposta enérgica do Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh).
Segundo Andrade, o exercício foi realizado sob condições climáticas severas, com temperaturas atingindo -15°C, e os soldados estavam inadequadamente equipados com roupas leves. Vargas expressou preocupação ao coronel sobre sua incapacidade de completar a marcha, preocupação essa que foi ignorada. Durante o exercício, após desmaiar, Vargas foi alvo de repetidas ofensas homofóbicas e humilhações pelo coronel, uma prática que, segundo relatos, é utilizada como forma de tortura.
O Movilh, por meio de seu encarregado de Direitos Humanos, Ramón Gómez, expressou profunda indignação com o ocorrido, destacando que tais práticas não apenas violam direitos individuais, mas também promovem um ambiente de medo e discriminação contra membros da comunidade LGBTIQ+ dentro das forças armadas. A organização exige que o exército tome medidas imediatas para investigar o incidente e sancionar qualquer forma de discurso ou ato homofóbico, além de adotar políticas que erradiquem essas práticas discriminatórias.
Esse trágico evento ressalta a necessidade urgente de reformas dentro das forças armadas para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os servidores, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. A resposta do Movilh e a atenção da mídia sobre este caso sublinham a crescente intolerância da sociedade chilena para com a discriminação e o abuso, esperando-se que isso leve a mudanças significativas na cultura militar do país.