Em um primeiro momento, a proposta de lei apresentada pela deputada Jessica Farrar, do Democratas, parece algo surreal: multar homens em US$ 100 dólares (cerca de R$ 320) por cada vez que eles forem pegos se masturbando. Além disso, a medida ainda visa impor uma espera de 24 horas para todos os homens que quiserem agendar uma colonoscopia, vasectomia ou se simplesmente quiserem comprar Viagra, entre outros medicamentos. Mas, na realidade, a proposta da democrata é uma espécie de pegadinha para por o homem no mesmo papel da mulher, que vê sua liberdade cerceada pela lei em temas como o aborto, por exemplo. Em entrevista a CNN, Farrar admite a impossibilidade de a lei ser aprovada, mas que a proposta chamará a atenção para seu real objetivo: as mulheres que têm seus direitos determinados por legisladores, em sua maioria, do sexo oposto. “Vamos ver o que o Texas tem feito pelas mulheres. E se os homens tivessem que passar pelos mesmos procedimentos intrusivos?”, questionou, alegando que a masturbação seria uma vida “não nascida”. Toda a proposta é voltada para instigar o debate sobre os direitos do homem e da mulher sobre seu próprio corpo. Intitulada “A Man’s Right to Know Act” (“O Direito de um Homem Saber”) em contraposição à cartilha entregue pelos médicos às pacientes que buscam informações sobre aborto no Estado, “A Woman’s Right to Know”. De acordo com a CNN, o folheto entregue pelos profissionais de saúde contêm forte teor religioso. Ainda segundo a emissora norte-americana, atualmente apenas 18 clínicas estão autorizadas a fazer o procedimento em todo o estado. Nos últimos quatro anos dobrou o número de mulheres mortas por complicações relacionadas à gravidez. O Texas detém a maior taxa de mortalidade materna do mundo desenvolvido. O Texas proíbe abortos a partir da 20º de gestação, exceto em casos onde a vida da mãe esteja em situação de risco.
