O deputado russo Vitali Milnov recomendou ao ministério da Cultura que avalie meticulosamente a refilmagem do histórico “A Bela e a Fera”, por considerar o longa uma “propaganda gay”. Para o parlamentar, o filme infringe uma lei federal russa que proíbe qualquer tipo de manifestação com alusão às relações homoeróticas. Na missiva enviada ao ministro da Cultura, Vladimir Medinski, Milonov classifica o filme como uma “descarada propaganda do pecado e das relações sexuais pervertidas”. O deputado sugeriu ainda que seja feita uma projeção especial do filme antes da estreia, para que possam ser tomadas “medidas para vetar totalmente sua exibição se forem encontrados elementos de propaganda homossexual”. A Rússia é um dos países mais intolerantes aos direitos da comunidade LGBT no mundo. Em 2013, o presidente Vladimir Putin promulgou uma lei contra “propaganda gay”. Entre outras proibições, estão vetadas manifestações de orgulho LGBT no país, sob o risco de prisão. POLÊMICA Desde que Bill Cordon, diretor do filme, revelou, em entrevista à revista Attitude, que a história abordará pela primeira vez a vida de um personagem exclusivamente homossexual, algo inédito nos contos da Disney, boicotes vem sendo pregados ao filme. Na sexta-feira, 03, os donos do cinema Henagar Drive-In, no Alabama, EUA, anunciaram, por meio das redes sociais, que “não tem interesse” em exibir o filme por não ser considerado uma produção “familiar”. “Eu sei que algumas pessoas não vão concordar com essa decisão. Tudo bem… Nós continuaremos exibindo filmes familiares, então sinta-se à vontade para assistir a vários deles sem se preocupar com cenas de sexo, nudez, homossexualidade e linguagem chula”, disse. A Bela e a Fera estreia na Russia no dia 16/03 e nos Estados Unidos dia 17.