Encontrar amor em um lugar desolado: as realidades do namoro queer
O namoro pode ser uma tarefa difícil, especialmente para estudantes universitários que enfrentam a correria do dia a dia. Para os estudantes queer, essa dificuldade é ampliada por uma série de desafios específicos. A cultura de encontros, especialmente através de aplicativos, tem se tornado uma parte central da experiência de namoro LGBTQ+. Muitos jovens, especialmente homens gays, utilizam aplicativos de ‘hookup’ como Grindr e Scruff em busca de relacionamentos mais físicos. No entanto, essa busca rápida por conexões pode gerar a sensação de que é difícil encontrar alguém que esteja interessado em um namoro sério.
As experiências de Asif Ali, um ex-aluno da Universidade de Illinois, refletem essa realidade. Ele mencionou que, muitas vezes, parece que todos estão apenas buscando encontros casuais, o que dificulta a construção de relacionamentos mais profundos. Além disso, os aplicativos podem expor os usuários ao lado mais negativo das interações, revelando comportamentos problemáticos, incluindo racismo e discriminação. Apesar das dificuldades, Ali acredita que a maioria das pessoas é bem-intencionada, mesmo que uma minoria barulhenta perpetue uma cultura de exclusão.
Por outro lado, os estudantes LGBTQ+ têm espaços dedicados para se encontrar e se conectar, como organizações estudantis e centros de recursos focados em gênero e sexualidade. Najah Terrell-Walker, uma estudante, fundou o Black Queer Collective, um grupo que visa criar um ambiente acolhedor para pessoas que compartilham identidades negras e queer. Através de sua organização, ela não apenas encontrou uma comunidade, mas também um relacionamento significativo. Terrell-Walker e sua namorada se conheceram em um evento da BlacQ e agora trabalham juntas para ajudar outros a formar conexões.
Outro desafio significativo enfrentado pela comunidade queer é a limitação do grupo de pessoas disponíveis para namorar. Um estudo da Gallup de 2023 indica que 22,3% da Geração Z se identifica como LGBTQ+, um aumento em relação a gerações anteriores, mas ainda assim um número que representa um desafio para encontrar parceiros. Asif Ali observa que, para aqueles que vêm de cidades maiores, como Chicago ou Washington, D.C., a mudança para uma cidade universitária pode tornar o namoro ainda mais difícil, devido à menor população queer.
Além das dificuldades nas interações românticas, a homofobia e a intolerância ainda estão presentes, mesmo em comunidades que se consideram progressistas. Ali compartilha suas experiências de ser alvo de insultos homofóbicos, destacando que, embora o ambiente possa parecer acolhedor, ainda existem riscos associados à expressão de afeto em público. No entanto, tanto Ali quanto Terrell-Walker se recusam a permitir que essas experiências negativas impeçam sua felicidade ou autenticidade.
“Eu sou queer — alto e orgulhoso. Não me importo e não deixarei que incidentes como esses me impeçam”, afirma Ali. Essa determinação e resiliência são fundamentais para a comunidade queer, que continua a lutar por amor, aceitação e conexões significativas no mundo contemporâneo.
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