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Desejo proibido

Queridas dykes,

Dia desses meu tio comentou assim: “meu amigo, o Ivan, ele é gay. Mas ninguém fala dele, porque ele é poooooodre de rico”.

E aí me veio uma daquelas reflexões que todo brasileiro deve ter hoje em dia: será mesmo que a nossa salvação e aquela sensação de estabilidade/segurança/garantia está no emprego público?

Por esse lado, quem não gostaria de ter um emprego desses que a gente pode passar uma semana em casa, de repouso por causa de uma conjuntivite, sabendo que o salário estará lá inteirinho no final do mês? E depois pegar mais um atestado médico que te rendem mais 40 dias, sem ônus para as partes?

Concursos públicos, emprego fixo = felicidade? E quem simplesmente não tem vocação para a coisa do funcionalismo público? Vai viver a vida toda batalhando pela ilusão da estabilidade?

Nesses tempos em que passamos a maior parte dos nossos dias e horas produtivas trabalhando, acho que o grande lance, aquele que faz parte da felicidade de dykes queridas como somos nós, é dar algum sentido às nossas vidas.

A possibilidade de colocar nossos sonhos em ação, de enfrentar desafios, isso sim nos torna sapatas humanas, ao meu ver.

Então, se o seu sonho é comprar uma BMW conversível e encher de mulher, passear pelas ruas e dizer: “desculpem sou sapatão e…R-I-C-A”! Acho mesmo que você deve batalhar para conquistar isso.

Com ética, claro.

Acho importante a gente fazer o que gosta também. Precisamos ser mulheres dykes felizes e realizadas profissionalmente. Afinal, faz parte.

Acho que devemos trabalhar fazendo o que gosta, seguindo o exemplo da Ellen DeGeneres, que contracenou com a Sharon Stone em “Desejo Proibido”.

Taí uma dyke que trabalha com afinco, fazendo o que gosta… Sobre o filme… Lembro-me que foi a primeira película lésbica que eu assisti na adolescência (sem nenhuma experiência sapatônica ainda). Estava na sala e meu pai passou e perguntou porque eu não estava assistindo televisão no quarto, como sempre fazia, e eu respondi: essa TV é maior.

Eu não tinha uma opinião formada sobre a minha sapatonice, mas no fundo eu queria ver a Sharon Stone em quantas polegadas pudesse. Assim bem grandona na minha frente.

Com o passar do tempo descobri que não eram coisas de adolescente…

Bárbara Sandiego

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