Os principais temas de debates que aconteceram neste sábado no III Congresso da ABGLT foram a questão da eleição dos cargos em vacância (posto de trabalho que foi deixado pela pessoa), filiação e desfiliação de ONGS e, por ultimo, a leitura, aprovação e alteração do regimento do Congresso.
A executiva mostrou grande habilidade na leitura e aprovação do regimento. Em questão de uma hora apresentou o documento, contemplou os destaques e fez as alterações, motivo de elogio por todos os presentes.
Na momento de desfiliação de ONGs os ânimos de alguns participantes se exaltaram, tudo por conta do grupo ALGA de Sergipe. Toni Reis, presidente da ABGLT, disse que denúncias envolvendo o grupo em questão teriam que ser averiguadas para que a Ong fosse posteriormente desfiliada. "Não temos o papel de polícia para julgar se o grupo atua ou não, ou se está ilegal", disse Toni.
Claudio Nascimento discordou de Toni Reis ao dizer que "isso (policiamento) não está em questão e sim se o grupo funciona, se tem atuação". Para o militante carioca, tais ponderações podem ser feitas independente de outras investigações que a organização esteja sofrendo.
Beto de Jesus concordou com Nascimento. "Na ILGA nós fazemos assim: quando fazem denúncia pedimos para as organizações locais darem uma pesquisada e isso não é uma postura de policia e sim política, pois o nosso trabalho é político e temos que ficar atentos com esses grupos", explicou o paulistano, emendando que "isso não significa "julgar".
Quem tensionou a discussão foi a ativista transexual Tati Araujo, do grupo ASTRA de Sergipe, ao dizer que é "inaceitável um grupo como esse estar filiado e sair falando em nome da ABGLT, sendo que estão cadastrados no Estado do Piauí e você liga, descore que a pessoa responsável não esta mais lá e só faz aparição virtual". Tati questionou ainda se as pessoas presentes desejam "uma ABGLT virtual".
Toni Reis rebateu e disse que a responsável pelo grupo está cadastrada para o congresso. "Por isso precisamos esperar tudo ficar claro", ponderou. Nesse momento o clima esquentou e Tati ameçou desfiliar o ASTRA se o ALGA continuar. A essa afirmativa Toni respondeu que tal posição "é própria e particular". Para encerrar a polêmica, a questão foi colocada em votação, que decidiu desfiliar o grupo ALGA.
Sobre os cargos vacantes os organizadores deixaram claro que o Congresso não é eletivo e, portanto, eleições estão descartadas. Apenas ficou certo que que o cargo para o representante do nordeste será indicado pelas ONGs da região. Depois do bate-boca, desfiliação e cancelamento da eleição, Beto de Jesus falou ao microfone e pediu parabéns coletivo à transexual Keila Simpson que acabou de completar 44 anos.
Keila, muito emocionada, disse que ainda vai viver "mais 44". Os trabalhos de hoje forem encerrados com o "Parabéns" em homenagem à ativista. No momento, o hotel Beira Rio, que sedia o evento, é enfeitado para entrega do prêmio Direitos Humanos e para a festa que o povo não para de comentar.