A designer colombiana de bolsas de luxo, Nancy Gonzalez, foi condenada a 18 meses de prisão por contrabandear bolsas feitas com peles de répteis protegidos. Conhecida por suas criações que adornaram celebridades como os atores de “Sex and the City” e Britney Spears, Gonzalez, aos 71 anos, enfrentou a justiça em um tribunal federal de Miami na última segunda-feira.
Gonzalez violou um tratado internacional ao importar ilegalmente bolsas feitas de jacarés e pitons. Segundo autoridades, ela utilizava familiares para transportar as bolsas e bolsões para os Estados Unidos, contornando as regulamentações exigidas pelo Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES), um acordo subscrito tanto pela Colômbia quanto pelos EUA. Este tratado visa proteger espécies como os caimões e pitons, cujo comércio, embora não proibido, é estritamente regulamentado.
As infrações ocorreram entre fevereiro de 2016 e abril de 2019, período em que Gonzalez recrutou amigos, familiares e funcionários para transportar as mercadorias via aérea até os Estados Unidos, destinando-as posteriormente ao seu showroom em Nova York. As bolsas alcançaram o status de objeto de desejo no mundo da moda, sendo usadas por celebridades como Victoria Beckham e Salma Hayek, e até mesmo exibidas em uma mostra de 2008 no Metropolitan Museum of Art em Nova York.
Além disso, os produtos de Gonzalez já estiveram disponíveis em lojas de luxo renomadas, incluindo Neiman Marcus, Saks Fifth Avenue e Harrods. “Esta investigação revelou um esquema de vários anos que envolveu correios pagos contrabandeando bolsas não declaradas feitas de peles de répteis protegidos pelo CITES para serem vendidas por milhares de dólares nos EUA”, comentou Edward Grace, do US Fish and Wildlife Service. Ele reforçou que a agência continuará a buscar justiça para as espécies protegidas exploradas por lucro.
Gonzalez foi presa em Cali, Colômbia, em 2022, e extraditada para os Estados Unidos para responder às acusações. No tribunal, ela se desculpou: “Do fundo do meu coração, peço desculpas aos Estados Unidos da América”, disse Gonzalez. “Nunca tive a intenção de ofender um país a que devo imensa gratidão. Sob pressão, tomei decisões ruins.”
Este caso destaca os desafios e as complicações do comércio internacional de produtos derivados de espécies ameaçadas, ressaltando a necessidade de controles rigorosos para garantir a conservação da biodiversidade global.
