Recentemente me perguntaram por que quase sempre começo minhas reflexões com algum tipo de questionamento. Acho que não existem verdades absolutas, assim sendo, o importante é pensar quais são as boas perguntas a serem feitas.
A reflexão do momento é sobre a Declaração dos Direitos Humanos e a aplicação da lei brasileira em relação aos homossexuais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos nos lembra que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”, isso nos foi dito lá atrás em 1948. O que impressiona é que ainda hoje, ao olharmos a aplicação da lei no Brasil para pessoas homossexuais, esta afirmação não é colocada em prática.
Uma matéria que li há alguns dias destacava que são “37 o número de direitos que são negados aos casais gays em comparação com a união estável heterossexual”. Lli ainda que o último senso do IBGE, em 2007, mostrou que “no Brasil há cerca de 17 mil casais homossexuais vivendo juntos.”
São questões como essa que nos fazem refletir: direito para quem? Quem são as pessoas para as quais o direito está olhando com igualdade? Mesmo com toda a mídia, debate e visibilidade, a lei brasileira continua não refletindo a realidade de milhares de brasileiros homossexuais, que pagam devidamente seus impostos e contas e contribuem para o bom andamento da sociedade.
Sessenta anos se passaram desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas até hoje uma parcela da população é impedida de ter igualdade de dignidade e direito devido a sua orientação sexual. Reflexões como essa precisam ser feitas para, quem sabe, tentar acharmos juntos respostas para mudar essa situação.
* Liliane Rocha é editora do site Diversidade Global – www.diversidadeglobal.com.