A recente denúncia da Anistia Internacional destaca a situação alarmante dos direitos humanos no Zâmbia, focando no caso de Madalitso Zulu, um homem que está cumprindo uma pena de 15 anos de prisão apenas por se identificar como gay. No dia 25 de novembro, Madalitso completou 36 anos, o terceiro que passa atrás das grades. Nascido em 1988 e formado em medicina, ele sempre se destacou na área da saúde, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando sua expertise era crucial para o país. Infelizmente, sua vida e carreira foram abruptamente interrompidas devido à opressão contra a comunidade LGBTI no Zâmbia.
Madalitso foi preso pela primeira vez em 2021 após um encontro consensual em um bar, onde foi vítima de extorsão. Após se recusar a pagar o chantagista, ele foi denunciado à polícia e, em 2022, condenado por “ofensas contra a natureza”. Sua história é um reflexo da realidade enfrentada por muitos LGBTI no Zâmbia, onde discriminação, violência e violação de direitos são comuns. As autoridades frequentemente ignoram as denúncias de abusos, criando um ambiente de medo e repressão.
Além de Madalitso, muitos outros enfrentam perseguições semelhantes. A pressão social e a discriminação fazem com que muitos LGBTI se sintam obrigados a esconder suas identidades ou até mesmo a deixar o país em busca de segurança. A situação é agravada por líderes políticos e religiosos que perpetuam discursos de ódio e intolerância. Apesar de algumas vozes se levantarem em defesa dos direitos humanos, a realidade é que muitos ainda vivem em constante temor.
A Anistia Internacional clama pela libertação imediata de Madalitso e pela revogação das leis coloniais que criminalizam atos consensuais entre pessoas do mesmo sexo. É crucial que a comunidade internacional se una para pressionar o Zâmbia a respeitar os direitos humanos de todos, independentemente de sua orientação sexual. A luta pela liberdade de Madalitso é, na verdade, uma luta por dignidade e respeito para todos os membros da comunidade LGBTI no Zâmbia e em todo o mundo. Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde cada pessoa tenha o direito de ser quem realmente é, sem medo de opressão ou violência.